Nova metodologia permite adequação das empresas do Polo Industrial de Manaus aos conceitos da Indústria 4.0

O Projeto AMa (Advanced Manufacturing assessment) é fruto de parceria entre INDT e Schneider Electric, e identifica o grau de maturidade industrial

A demanda de transição para os padrões da Indústria 4.0 é cada vez mais urgente em grandes parques do Brasil, como o Polo Industrial de Manaus. O princípio básico da Indústria 4.0 é a interoperabilidade, capacidade de compartilhar, integrar e compatibilizar informações, sistemas e ativos no âmbito da planta industrial. O projeto Advanced Manufacturing assessment (AMa), desenvolvido pelo Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), visa apoiar integralmente as indústrias nessa transição, a fim de promover maior agilidade, flexibilidade, integração e rentabilidade nos seus negócios.
Trabalhadores na produção do Polo Industrial de Manaus. — Foto: Reprodução/Rede Amazônica

Além disso, a metodologia auxilia na elaboração de análises e diagnósticos para a adequação das empresas aos conceitos das novas tecnologias, orientando-as a aplicarem de forma correta os conceitos da Indústria 4.0 em seus processos, checando toda a estrutura das linhas de produção e dos recursos tecnológicos cabíveis para detectar o grau de maturidade de cada organização. A partir daí, são implementadas adequações alinhadas às necessidades levantadas.

 O AMa pode ser aplicado em diversos segmentos industriais, como Agronegócio, Alimentos e Bebidas, Automotivo, Aviação e Aeroespacial, Biotecnologia, Construção Civil, Cosméticos, Energia|Farmacêutica, Mineração, Plásticos, Telecomunicações e Têxtil, entre outros.

Sobre a metodologia PIMM 4.0 e o Projeto AMa

A metodologia PIMM 4.0 foi desenvolvida por Sandro Breval Santiago, professor e doutor em Engenharia da Produção da Universidade Federal do Amazonas (Ufam). “A ideia surgiu a partir de uma pesquisa realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM), Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam), onde se detectou a existência de diversos modelos de aplicação dos conceitos da indústria 4.0 no ecossistema brasileiro, analisando-se o cenário do avanço industrial da região Norte em relação às novas tecnologias”, explica Breval.

De acordo com o professor, o modelo em questão possui três grandes eixos de medição: Tecnologia e Operações, Ecossistema de Negócios e Interoperabilidade, subdivididos nas dimensões de Produtos, Manufatura, Estratégia, Logística e Modelo de Negócios. Após uma análise e diagnóstico de resultados das empresas, é possível classificá-las por meio do modelo PIMM 4.0, que, por sua vez, possui 4 níveis de medição: Digital, Tecnológico, Transição e Avançado. “Com a pesquisa, pode-se detectar uma série de iniciativas que contribuirão para a interoperabilidade com impactos na logística, no processo produtivo e, sobretudo na gestão objetivando ganhos de eficiência”, Sandro ressalta.

 Além disso, ainda de acordo com o engenheiro, a importância desse estudo é a informação da posição do PIM quanto à Indústria 4.0, bem como, das empresas da região, pois elas poderão desenvolver seus planos de ação (roadmaps) para se adequarem à gestão da organização de acordo com o novo cenário da Quarta Revolução Industrial.

O professor ressalta que a principal finalidade do projeto é a de colocar as empresas no rumo certo da inovação tecnológica e adequação a Indústria 4.0. “É muito importante que as empresas possuam o entendimento sobre os requisitos da Indústria 4.0 no Brasil, compreendendo melhor as suas tecnologias e usabilidades. Contudo, também é preciso que elas conheçam a sua realidade fabril, ou seja, a estrutura de sua empresa, considerando todas as dimensões do negócio: produto, manufatura, estratégia, logística, negócios e interoperabilidade, possibilitando a visualização objetiva das lacunas existentes e, assim, encontrando meios de implementar soluções tecnológicas para melhorar os processos e avançar da forma certa, com suporte de um roadmap estruturado”, finalizou.

Nível de maturidade do PIM

A pesquisa realizada pela FIEAM, pelo CIEAM e pela Ufam detectou que 92% dos colaboradores das empresas têm pouca ou nenhuma habilidade digital. Também apontou que 57% das empresas reconhecem a importância dos avanços da Indústria 4.0, mas desconhecem as estratégias e conceitos para melhor adequação. Dessa forma, o PIM ficou com uma média 2,54 dentro da escala de 1 a 4, ou seja, encontra-se exatamente no momento de transição em seu nível de maturidade.

Parcerias

O Projeto AMa é uma extensão da parceria que foi estabelecida para a criação do FabLab da Indústria 4.0 em Manaus, inaugurado no final do ano passado. Todas estas iniciativas têm o cunho de alavancar a transformação digital do PIM, por meio da exposição às tecnologias indutoras da Indústria 4.0, o diagnóstico dos níveis de maturidade, a correta priorização de investimentos e o empoderamento de sua força de trabalho.

A Schneider Electric, um dos parceiros tecnológicos do projeto, contribui através da plataforma EcoStruxure. “Com a nossa plataforma será possível responder rapidamente às necessidades de modernização dos sistemas de automação, controle e gerenciamento de energia. Criando a infraestrutura de IoT necessária para fomentar um novo salto de produtividade na região, com o estabelecimento de sistemas de manufatura enxutos, flexíveis e aptos a serem conectados a diferentes cadeias de valor e/ou ecossistemas”, comenta João Carlos Salgueiro de Souza, gerente sênior de Sustentabilidade e Relações Institucionais da Schneider.Todas as plataformas de hardware e software passíveis de serem empregadas foram amplamente testadas, documentadas e validadas globalmente pela Schneider, reduzindo os riscos e custos de implementação, independente do porte da empresa”, finalizou. Saiba mais: https://4horizon.com.br/ama-advanced-manufacturing-assessment/



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