Sustentabilidade e inovação andam juntas, lado a lado. Isso resulta na criação de iniciativas úteis para o monitoramento da Amazônia.
No coração da Amazônia, onde a biodiversidade e os desafios ambientais se entrelaçam, existe uma grande busca pela inovação sustentável. Foi esse tema que o gerente de projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), Thiago Almeida, levou para a Campus Party Amazônia.
Durante a palestra, Almeida compartilhou sua visão sobre o desenvolvimento de produtos inovadores que não apenas atendem às necessidades do mercado, mas também desempenham um papel fundamental na preservação desse ecossistema tão importante.
De acordo com Almeida, a Amazônia é conhecida por sua biodiversidade inestimável e sua importância para a saúde do planeta. No entanto, ela enfrenta ameaças constantes, como o desmatamento, as mudanças climáticas, a expansão das atividades agropecuárias, a mineração ilegal e a infraestrutura em crescimento. Esses desafios causam a perda de habitat, a extinção de espécies e contribuem para as mudanças climáticas globais. Portanto, a preservação desse ecossistema é uma tarefa urgente.
É de suma importância que os amazônidas conheçam o seu habitat. O especialista afirmou que é necessário olhar para as principais necessidades da região. “Conhecer as possiblidades, onde a inovação encontra a sustentabilidade, resultando na criação de produtos que são apenas atendem as necessidades do mercado, mas também contribuam para a preservação da Amazônia esse é o real significado de inovação sustentável”,
contou Almeida.
Produtos
Um dos maiores desafios para a proteção da Amazônia é o desmatamento. Pensando nisso, foi desenvolvido o Projeto Curupira. Trata-se de objeto capaz de identificar sons que possam indicar um possível desmatamento tais como: motosserras e tratores. “Esse é um exemplo de produto que não tem nenhum fim lucrativo, apenas a preservação da Amazônia. Conseguimos levar para lugares considerados críticos para o desmatamento”, afirmou.
Outro fator de importância na região amazônica é a qualidade da água. Para monitorar os rios da região, um grupo desenvolveu o Projeto Yara, que é capaz de analisar a qualidade da água em tempo real e pode ser instalado em qualquer ambiente hídrico.
“Esses são apenas dois produtos pontuais e que são úteis para a sustentabilidade da região. Porém, existem outros como cosméticos, remédios e aplicativos que estão sendo desenvolvidos”,
destacou Almeida.
Desafios
A Amazônia Legal apresenta uma área de 5.015.146,008 km2, correspondendo a cerca de 58,93% do território brasileiro, ou seja, levar qualquer produto, seja ele físico ou digital, é um desafio. Fatores como logística, comunicação, investimento e infraestrutura são desafios para a implementação de tecnologias na Amazônia.
Para Almeida, o fator que dificulta o investimento de inovação sustentável na Amazônia é a logística. “Infelizmente, a região amazônica é extensa e dependemos de duas formas de locomoção: aviões ou barcos. Fretar avião na região é muito caro, então a opção que sobra é a embarcação. Inclusive, foi por meio fluvial que conseguimos desenvolver os projetos Curupira e Yara”, explicou.
Desenvolver na Amazônia é difícil, mas não é uma missão impossível. “Precisamos de mais ideias brilhantes que possam ajudar a região amazônica, não apenas na questão ambiental, mas dos próprios amazônidas que vivem no bioma. Mas lembre-se, não basta apenas ter uma boa ideia. É necessário analisar todas as possibilidades para colocá-la em prática”, afirmou Almeida.
A Campus Party Amazônia acontece de 11 a 15 de outubro no Studio 5 Centro de Convenções em Manaus (AM).