A ideia de fazer um programa de valorização da Literatura Amazonense teve participação importante do empresário das comunicações jornalísticas, Phelippe Daou e do, hoje, ex-vice-presidente do Grupo Rede Amazônica, Luciano Maia
No dia 14 de fevereiro, uma segunda feira do ano de 2000, entrava no ar um programa que buscava seu espaço para divulgação da Literatura produzida na Amazônia, através da Rede de Televisão Amazon Sat, canal 44. Como é nos dias atuais, a flexibilidade nos dias e horários, é uma forma de atender aos mais diferentes públicos de todas as camadas sociais. Essa foi uma proposta ousada e inovadora da diretoria do canal para atender aos escritores da região.
A ideia de fazer um programa de valorização da Literatura Amazonense teve participação importante do empresário das comunicações jornalísticas, Phelippe Daou e do, hoje, ex-vice-presidente do Grupo Rede Amazônica, Luciano Maia. O programa tornou-se uma vitrine de todas as pessoas de talento, tais como escritores, professores, artistas plásticos, poetas, historiadores, escultores, enfim, todos aqueles que fazem a história cultural da Amazônia. Hoje, podemos definir como um projeto audacioso e corajoso que usando este meio de comunicação para divulgar valores da produção literária que antes ficavam resumidos ao público local, que, por sua vez, facilitou a comunicação interativa entre os autores e os telespectadores. Pela primeira vez na Amazônia, criava-se um programa com essa dimensão e que de alguma forma os mais céticos acreditavam que não haveria de vingar.
Temos que destacar o primeiro entrevistado, historiador renomado, com mais de cento e cinquenta obras publicadas, professor Mário Ypitanga Monteiro, sua primeira gravação foi no jardim do Palácio Rio Negro. Outra gravação importante foi com artista plástico e escritor Moacir de Andrade, gravado no Bairro de Aparecida, local onde o artista residia e tinha sua história registrada. O saudoso jornalista Mílton Cordeiro era quem selecionava as obras e os autores a serem entrevistados, como dizia Mílton Cordeiro “No plano principal teremos um entrevistado que fala de sua intimidade e de sua obra com a Amazônia como pano de fundo. Além da leveza das entrevistas, era assim, aberta uma grande janela para produção Amazônica, sempre preocupado em agradar o telespectador.
O Programa Literatura em Foco tomou asas e foi gravado na Universidade de Sófia, na Bulgária, na Biblioteca Nacional de Lisboa, em Portugal, nesse país, várias vezes, inclusive, em Oliveira de Azémeis, contando a história da Literatura produzida por Ferreira de Castro. Gravações em São Paulo, no Rio de Janeiro, em Cuiabá e em todos os Estados da Amazônia legal.
A produção da literatura em nosso estado é grande, o que permitiu a longevidade deste programa. Os escritores da Amazônia que, muitas vezes, só tinham pequenas páginas nos jornais ou entrevistas nas rádios, passaram a ter um espaço privilegiado. Outro fato interessante é que a direção do programa orientava para que as gravações fossem externas, em praças e logradouros públicos, para mostrar sempre os espaços importantes da Amazônia.
Atualmente, o programa continua sendo gravado semanalmente, destacando toda produção de professores universitários, de autores independentes, o que nos permite um comprometimento do canal com a sociedade local. Construído de forma simples, procura mostrar nas suas entrevistas aquilo que o telespectador quer saber da produção literária.
Valeu a pena jornalista Phelippe Daou, que hoje já não está conosco. Valeu a pena ex-vice-presidente do Grupo Rede Amazônia, Luciano Maia, falar da literatura produzida na Amazônia que é fundamental para aqueles que aqui produzem. Tenho certeza que ainda haverá um longo caminho a ser percorrido e, quando eu já não estiver aqui, haverá outro que dará continuidade a este projeto do canal de televisão Amazon Sat.