Manoel da Silva Mattos, o destacado Maestro da Banda de Música no Amazonas

Na cidade de Iquitos, no Peru, prestou relevantes serviços a Sociedade Musical Recreativa Lusitana, onde trabalhou até o início do ano de 1917, quando resolveu imigrar para o Brasil, cujo, destino final foi Manaus.

Banda de Música do Luso Sporting Clube. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Entre tantos portugueses que aportaram em Manaus, estava o professor de música e maestro Manoel da Silva Mattos. Seu berço de nascimento foi a cidade de Ovar, Distrito de Aveiros, Portugal, em 22 de setembro de 1864. Homem profundamente conhecedor da Arte e da Música, construiu ao longo de sua vida marcas profundas de extrema dedicação ao estudo e ensino da nobre arte. 

O maestro Manoel da Silva Mattos logrou êxito em sua história porque seu principal atributo foi a coragem e o espírito empreendedor, que acreditou nos próprios sonhos e projetos sempre movido pelo entusiasmo e ideais, com força do sangue lusitano. Por isso, legou a sociedade uma história de feitos e conquistas.

Banda de música do Maestro Manoel da Silva Mattos. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Sua maior herança musical dorme silenciosamente nos documentos de registros fantásticos de atuação e a memória de seus familiares. Na cidade de Iquitos, no Peru, prestou relevantes serviços a Sociedade Musical Recreativa Lusitana, onde trabalhou até o início do ano de 1917, quando resolveu imigrar para o Brasil, cujo, destino final foi Manaus.

Extremamente versátil, tocava diversos instrumentos, mas, o violino era sua paixão. Toda sua formação musical, foi em Lisboa, nos mais importantes conservatórios da época, participou de grandes concertos por toda Europa. Cheio de sonhos e esperanças, logo, congregou-se a colônia portuguesa em Manaus.

Seu coração encontrou morada, casou-se com a senhora Maria de La Natividad Pinedo de Mattos. Fruto dessa união foram abençoados dois filhos: Abel da Silva Mattos, atualmente reside em Brasília e é pai do Cônsul do Brasil no Chile, o doutor Willian Fernandes de Mattos; e o outro que morava em Manaus, Manoel da Silva Mattos, maçom de ilibada reputação com importante contribuição a maçonaria amazonense. O maestro Manoel da Silva Mattos residiu na Rua Frei José dos Inocentes até sua morte, no dia 22 de março 1938.

Praia do Furadouro, cidade de Ovar, Distrito de Aveiros, Portugal. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Estrada do Duradouro, cidade de Ovar, Distrito de Aveiros, Portugal. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

Igreja Matriz, cidade de Ovar, Distrito de Aveiros, Portugal. Foto: Abrahim Baze/Acervo pessoal

O presidente do Luso Sporting Clube a época, Antônio Matias dos Santos, o contratou pela importância de duzentos mil réis (200 mil réis) para conduzir a Escola de Música do Clube e ser o principal Maestro da Banda de Música do Luso Sporting Clube que, neste mesmo ano fora formada. Sua tenacidade pela música logo deu grande movimentação a banda com ensaios diários e grandes retretas nas principais praças da cidade e, aos domingos, desfilava garbosamente diante de seus comandados, todos de branco, a embalar com suas músicas sonhos e lembranças de sua terra Portugal, que ficara para trás.

O Maestro Manoel da Silva Mattos fez parte dessa linhagem de lusitanos que atravessaram o Atlântico em busca de novos horizontes, venceram o vento e os perigos da viagem por ele desconhecido, lutaram para superar os próprios limites, tornaram-se admirados não somente pelos seus descendentes, mas, principalmente, por toda uma geração de sua época que seguiu seus exemplos edificados no trabalho, na honestidade.

Escreveram, sim, um capítulo na história do Amazonas, da vida musical da cidade e do Luso Sporting Clube, deixou fortes lições para aqueles que foram seus descendentes.

No Carnaval tocava sempre com as bandas da Polícia Militar e do 27° Batalhão de Caçadores na Praça General Osório. Nas festividades de 5 de outubro, tocava no campo do Luso, na Avenida Constantino Nery. Foi maestro, professor de vários instrumentos e compositor. Para homenagear o então, Interventor Álvaro Botelho Maia, compôs a valsa “Alma Amazonense”. Foi também de sua autoria o Samba “Caboclo Sabido”.

Fonte: informações cedidas pelo seu neto Willian F. Matos. 

Sobre o autor

Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Florada Premiada: Rondônia conquista pódio completo em concurso nacional de cafés canéforas

Todos os locais de produção vencedores fazem parte da área classificada como "Matas de Rondônia". Grande vencedora da noite, Sueli Berdes participou da competição pela primeira vez.

Leia também

Publicidade