Joaquim Esteves Soares Carvalho – um empreendedor na Amazônia

Homem de espírito empreendedor, logo construiu junto a então “Saboaria Amazônia”, uma moderna indústria de olhos vegetais, considerada a época uma das melhores do Brasil.  
Os imigrantes portugueses tiveram importante função na modelagem e na economia da Amazônia, tanto nas cidades como no interior do Estado. Como classe política dominante, com o surgimento das atividades extrativistas e como comerciantes tornaram-se agentes decisivos, suprindo essas atividades da liderança empresarial necessária como produtores, mercadores, exportadores e comerciantes, alcançando posição de destaque, que conseguiram até o advento de novas correntes e grupos empresariais mais dinâmicos e inovadores. 

Imagem da fábrica em Manaus. Foto: Reprodução/Acervo do autor
Durante a fase áurea do látex, no fim do século passado e na primeira década do século XX, milhares de imigrantes lusos atraídos pela fortuna, foram pioneiros na organização do sistema mercantilista de intercâmbio, representado pelo comércio típico de casas aviadoras. As firmas portuguesas estabelecidas em Manaus e Belém contribuíram para a transformação socioeconômica dessas cidades promovendo os entrepostos comerciais e estabeleceram com precisão as linhas logísticas de suprimento dos seringais mediante a crédito pessoal com os seringalistas.

Outros portugueses nascidos em famílias abastadas instalaram-se na Amazônia com suas empresas é o caso do imigrante português Joaquim Esteves Soares Carvalho, nasceu em Vila Nova De Gaia, Distrito do Porto. Era filho do comerciante Abel Esteves Carvalho e dona Júlia Bastos Carvalho. Imigrou para o Brasil precisamente para a cidade de Belém no Estado do Pará em 1901. Associou-se ao seu pai que já era proprietário de uma pequena fábrica de sabão “Saboaria Amazônia”, na época localizada a rua 1º de maio 159/157, já na época considerada uma das mais modernas indústrias de sabão e óleos vegetais no país.

Com a injeção de capital do filho a empresa teve um crescimento vertiginoso, principalmente pela qualidade dos seus produtos, dentro os quais se destacava o “Sabão Borboleta”, tipo marmorizado. A empresa foi a primeira indústria do ramo a produzir este tipo de produto. O grande esforço concentrado pelo industrial Joaquim Esteves Soares Carvalho, aliado as vendas, o levaram a promover a expansão da indústria e à conquista de novos mercados tais como: Amazonas, Alagoas e Acre, tendo exportado seus produtos para os países como Peru e Bolívia.

Homem de espírito empreendedor, logo construiu junto a então “Saboaria Amazônia”, uma moderna indústria de olhos vegetais, considerada a época uma das melhores do Brasil. 

Imagem da fábrica em Belém. Foto: Reprodução/Acervo do autor
O mercado do Amazonas era promissor, pois seu consumo já não era atendido satisfatoriamente pela fabrica de Belém do Pará. A partir daí, tomou a decisão de montar em Manaus uma nova indústria de sabão, fato que ocorreu em 1930. Instalou-se assim, com toda modernidade oferecida a época tendo construído uma das maiores e mais moderna fábrica de sabão do Brasil. Os negócios no Amazonas prosperou tendo conquistado todo o nosso mercado e assim tomou a decisão de ampliar os negócios. Tendo implantado a “Usina São José”, localizada na Vila Pinheiro em Belém do Pará com finalidade de beneficiar semente oleaginosa.

Homem entusiasta de sangue lusitano, embora distante da pátria mãe, não perdeu a oportunidade de dedicar-se a causa portuguesa, tendo exercido cargos de grande relevância na Sociedade Beneficente Portuguesa de Belém do Pará, como também na Tuna Luso. Foi considerado a época uma das maiores alavancas do processo comercial e industrial de Manaus e Belém. Em Manaus localizou sua indústria no final da Avenida Joaquim Nabuco próximo ao Alto de Nazaré, cujo prédio encontra-se preservado até os dias atuais.

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