João Carlos Antony: um nome na história do Amazonas

 João Carlos Antony foi um importante membro da Maçonaria Amazonense, tendo participado efetivamente do processo abolicionista do Amazonas em 1884.

O engenheiro João Carlos Antony, que assinava seu nome como J. Carlos Antony foi uma das figuras mais representativas do Amazonas, nascido de família ilustre. Nasceu em Manaus no dia 19 de março de 1833, tendo falecido também, em Manaus a 02 de novembro de 1918.

João Carlos Antony. Um dos líderes do movimento abolicionista no Amazonas com destacada atuação  | Foto:Abrahim Baze/Acervo Pessoal

Foram seus pais o comerciante Henrique Antony nascido em Ajácio, na llha de Córcega, na Itália e da senhora Leocádia, ela nascida no Amazonas, filha de Antônio José Brandão de nacionalidade e irmão do celebre Arcebispo de Braga e de Lisboa, Dom Frei Caetano Brandão. João Carlos Antony foi amigo próximo de Ramalho Ortigão e de Arthur Napoleão no mesmo colégio onde estudou. Continuando seus estudos, seguiu para Florença, onde diplomou-se em Arquitetura, logo após, regressou a Belém do Pará, em julho de 1876, na ocasião, em que transitava, rumo aos Estados Unidos da América, o Imperador Dom Pedro II. Integrou a comissão receptora dos festejos e homenagens à Sua Majestade.

“… Prosseguindo para Manaus, aqui deu início aos seus trabalhos profissionais, juntamente com o engenheiro inglês John Moreton, organizou a empresa de abastecimento de água de Manaus, em cujo, aparelhamento além da rede de distribuição havia também, o Reservatório da Castelhana e a Casa de Máquinas do Bombeamento. Era um serviço grande e de muita responsabilidade. Com a chegada da República afirma Antony & Moreton liquidou seu contrato com o Governo do Amazonas entregando-lhe toda a obra.”

João Carlos Antony ingressara na política tendo sido eleito para compor a Assembleia Legislativa Provincial o que ocorreu no biênio de 1874 à 1875. Conviveu na Assembleia com outros nomes não menos ilustres tais como: o doutor Luiz Carneiro da Rocha, Tenente Coronel Clementino José Pereira Guimarães e o Coronel Francisco Antônio Monteiro Tapajós.
    

Foto:Abrahim Baze/Acervo Pessoal

Ao terminar seu mandato legislativo deu continuidade da sua vida profissional, ingressando como engenheiro chefe da Prefeitura de Manaus, em cujas funções, permaneceu por quarenta e cinco anos. Foi João Carlos Antony um dos mais importantes profissionais da engenharia na época. Tendo sido o engenheiro que projetou a primeira planta do Hospital Beneficente Portuguesa em 1873, lá no Largo da Uruguaiana.
    

Homem honesto e pobre que nunca pode construir uma casa para residência da família. Antes de se aposentar já cansado e idoso, após ter juntado algumas economias começou a construir uma pequena residência no bairro de Nazaré, o que acabou não concluindo, mesmo assim, lhe serviu de residência até sua morte.

Em quarenta e cinco anos de dedicação a Prefeitura de Manaus João Carlos Antony deu grande contribuição para a modernização da nossa cidade, construindo obras que entraram para a história como o Cemitério São João Batista.

“… João Carlos Antony foi casado com a professora Maria de Lima de Amorim, filha do importante comerciante português Alexandre Paula de Brito Amorim, primeiro Cônsul de Portugal em Manaus e o primeiro introdutor da navegação estrangeira de bandeira inglesa no Amazonas. Desse casamento tiveram os seguintes filhos Dinari, Raul Antony, engenheiro especializado em Cartografia, casado com a funcionária do IMPA e Américo Antony, poeta e membro da Academia Amazonense de Letras.”

João Carlos Antony foi um importante membro da Maçonaria Amazonense tendo participado efetivamente do processo abolicionista do Amazonas em 1884. Durante meio século emprestou seu nome para a Rua J. Carlos Antony, no Bairro de Cachoeirinha. Infelizmente os tempos modernos foi proposto a retirada de seu nome da referida Rua que hoje chama-se Rua Japurá, que tem início na Praça 14 e termina no Bairro de Cachoeirinha.

Foto:Abrahim Baze/Acervo Pessoal

Referências

BITTENCOURT, Agnelo. Dicionário Amazonense de Biografias: Vultos do Passado. Editora Conquista: Rio de Janeiro, 1973. Pág. 277,278.

BAZE, Abrahim. Escravidão – O Amazonas e Maçonaria edificaram a história. Editora Travessia: Manaus, 2001. Pág. 269, 270.

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