O Luso Sporting Club, do Amazonas, promove manifestação pela perda de Goa.
Historiador que se proponha acrescentar uma narrativa à história emocionante do descobrimento, exploração e colonização das atividades portuguesas pelos povos cristãos da Europa – percorrendo até as fontes contemporâneas dos descobrimentos a copiosa documentação esparsa nos arquivos e nas bibliotecas, interrogando ainda, uma vez, na esperança de melhor decifrá-los e compreendê-los, os protagonistas, as personagens secundárias, a comparsaria e os espectadores do grandioso drama histórico – não deverá subordinar-se à única esperança de reconstituir, com a ajuda de inéditos e peremptórios documentos, os sucessos que se esbateram ou apagaram nos horizontes enublados do pretérito.
Ainda é possível, porém, ajustar a uma harmonia mais perfeita do conjunto e à verossimilhança que é verdade subjetiva grande número de fatos, tanto primários como secundários, em volta dos quais se exerceu a perícia dos precedentes historiadores.
No período excedente de todos esses séculos passados, que separa a humanidade atual dos seis acontecimentos geográficos que notabilizaram a transição da Idade Média para a Renascença: a passagem do equador matemático por Álvaro Esteves, em 1471; a transposição do cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias, em 1487; o descobrimento das Antilhas imaginários arquipélagos asiáticos pelo genovês Colombo, suposto genro do donatário de Porto Santo, em 1492; a chegada de Vasco da Gama à Índia, em 1498; o descobrimento, reconhecimento e exploração da costa oriental da América Austral, até muito além do Rio da Prata, pelas armadas que navegaram para sudoeste, entre 1498 e 1504; e, finalmente, o encontro da passagem para o Pacífico, realizada em 1520 por uma armada dominadoramente conduzida e comandada pelo piloto português Fernão de Magalhães.
Milhares de obras foram dedicadas à investigação e ao estudo desses empreendimentos gigantescos. Com exceção das histórias de Roma e da Grécia, que constituem os mananciais da civilização europeia, alimentados, mercê das conquistas gregas e romanas, pelas correntes das civilizações anteriores, asiática e africana setentrional, nenhum acontecimento ou conjunto de acontecimentos históricos foi mais investigado, analisado e descrito que o do descobrimento dos mundos novos, sob todos os complexos aspectos geográficos, antropológicos, etnográficos, políticos, sociais e econômicos.
Não podemos deixar de lembrar a nítida expansão territorial que fora economicamente de forma expressiva. Em todos os momentos o quadro a que aludimos sempre foi marcado pela dominância quase apoteótica. Por outro lado, avançam resolutas lideranças que buscavam a todo momento a reconquista de seus territórios que perderam outrora. Sempre que isso ocorria, logo se aglutinavam portugueses, em várias partes do mundo, na busca de seus espaços territoriais.
Com Goa não foi diferente, até porque foi a mais importante possessão na chamada “Índia portuguesa”. Goa foi fundada em 1440 e conquistada pelo navegador português Alfonso de Albuquerque, em 1510.
A cidade de Goa foi, durante toda a sua duração, a capital da “Índia portuguesa” e com de descobrimento do caminho da Índia por Vasco da Gama, Portugal estabeleceu nessas cidades algumas feitorias para o comércio das especiarias.
Goa era um ponto estratégico para as viagens dos navegadores portugueses ao Oriente. O Estado da Índia, cuja capital era Goa, e para que os portugueses conseguissem mantê-la em seu poder, tiveram de fundar várias fortalezas.
Portugal perdeu o domínio sobre Goa em 1961, quando a mesma foi anexada pela República da Índia, perdendo-se, assim, o último vestígio do antigo império colonial luso. A invasão de Goa foi arquitetada por Nehru, primeiro-ministro indiano que sempre lutou contra o colonialismo.
Com a invasão de Goa o governo salazarista da época aproveitou a oportunidade deste fato para se promover politicamente, promovendo no país e nas colônias portuguesas comícios de repúdio a invasão deste território, convocando obrigatoriamente para estes movimentos a classe estudantil, os militares e povo em geral, fazendo-se passar com este fato por um pseudo-herói nacional.
Sobre o autor
Abrahim Baze é jornalista, graduado em História, especialista em ensino à distância pelo Centro Universitário UniSEB Interativo COC em Ribeirão Preto (SP). Cursou Atualização em Introdução à Museologia e Museugrafia pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas e recebeu o título de Notório Saber em História, conferido pelo Centro Universitário de Ensino Superior do Amazonas (CIESA). É âncora dos programas Literatura em Foco e Documentos da Amazônia, no canal Amazon Sat, e colunista na CBN Amazônia. É membro da Academia Amazonense de Letras e do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), com 40 livros publicados, sendo três na Europa.
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