Conheça a história do Luso Sporting Club

“O Museu, inaugurado na sede do clube, ajuda a relembrar este período rico da nossa história, inaugurado em 2001, na presidência de Rusberval Lobo”.

Recordar os bailes de carnaval “VIVA O ZÉ PEREIRA”, que embalaram a sociedade portuguesa nas décadas de 40, 50, 60 e 70, recorda os mais antigos frequentadores portugueses e descendentes que guardam, hoje, as cenas, na memória, por fotografias, a partir dos relatos de sócios mais antigos.

Fachada do Luso Sporting Club. (Foto: Silvino Santos/Cedida)

O fim dos bailes faz parte de um ciclo da história, caracterizado por uma sociedade de portugueses que imigraram para Manaus e envelheceram. Não foi apenas o esquecimento daquele período, foi sim uma história que desapareceria no tempo, lembrado apenas no Museu do Luso Sporting Club.

A cada ano, quebra-se este silêncio em um espaço também eminentemente português, o Bar do Armando, ao lado de onde outrora foi a primeira sede do clube, point de reunião de intelectuais.

Estandarte de seda bordado a outro – Manaus, 30 de abril de 1943 – pintura de Branco e Silva. (Foto:Acervo Pessoal/Abrahim Baze)

O Museu, inaugurado na sede do clube, ajuda a relembrar este período rico da nossa história, inaugurado em 2001, na presidência de Rusberval Lobo. Vale relembrar, no dia da inauguração, a presença do escritor acadêmico Moacyr de Andrade que emocionou-se e contribuiu com parte dessa história, doando uma obra de arte vinda de Portugal que foi o busto de Ferreira de Castro de quem foi amigo muito próximo e fundador da Associação de Amigos de Ferreira de Castro.

Pedaços dessa história foram organizados por mim, com o apoio da diretoria da época.

O museu do clube leva seus visitantes a ficarem horas diante de fotografias e objetos que tiveram participação de portugueses que souberam escrever suas histórias, como por exemplo, a Escola João de Deus, que funcionou até 1969, o Corpo Cênico, grupo de teatro que apresentava espetáculos de um período rico, de um passado não muito distante, instrumentos musicais da Banda de Música, que fez sua primeira apresentação em um domingo, às 09:00 horas, no mês de junho de 1918. Ademais, outra parte da visita que encanta é a mobília de época, troféus, roupas e acessórios do folclore português.

O Luso. (Foto:Acervo Pessoal/Abrahim Baze)

No âmbito do esporte, o museu lembra a placa que recorda a passagem por Manaus do Clube de Regatas Vasco da Gama, em 1953. O museu tem a metamorfose de levar seus visitantes a uma verdadeira viagem no tempo, sua inauguração foi motivo de orgulho da sociedade portuguesa.

Caçar esses fragmentos têm um significado importante na preservação de memória desta cidade cosmopolita, encravada em plena Floresta Amazônica, hoje, perpetuada em um livro. Os sócios do clube daquele tempo não eram pessoas de grande poder aquisitivo, mas tinham disciplina e vontade de realizar suas ações, destaca-se o diretor da época, Tomaz da Costa Barreiro, considerado como “o construtor”, pois foi quem adquiriu o terreno à época, apesar de ser um homem simples, dono de uma funilaria, era influente no mundo político.

Teatro do Luso Sporting Clube, em 1954. (Foto:Acervo Pessoal/Abrahim Baze)

Reencontrar essa história é manter viva para a memória as peças e objetos que constituem o acervo do clube, onde encontramos crayons, produzidos por Silvino Santos, de várias personalidades de nossa sociedade. Outro item interessante é o estandarte da Escola João de Deus, pintado pelo artista plástico Branco e Silva.

Hoje, o clube vive da memória glamourosa, presidida pelo sócio Flávio Grillo e sua competente diretoria. Valeu a pena o esforço do então presidente Rusberval Lobo, pois o Luso Sporting Club é de fato um dos mais importantes clubes socioculturais do Amazonas.

Avós do atual presidente do clube, Flávio Grillo. (Foto:Acervo Pessoal/Abrahim Baze)

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