A exposição acontece do dia 23 ao 28 de maio no Amazonas Shopping.
‘Uma trajetória de 25 anos, que continua sendo escrita como um dos maiores festivais de ópera do Brasil‘; assim poderia ser apresentado, de forma breve, o Festival Amazonas de Ópera (FAO), que segue em realização até o próximo dia 28 de maio, em Manaus (AM). Ainda assim, essa apresentação seria incompleta frente a todo o legado desse jubileu de prata. É por isso que ele, o FAO, será o grande homenageado da exposição Ópera em Rede, que acontece entre 23 e 28 de maio, na capital do Estado.
A exposição faz parte do projeto homônimo Ópera em Rede, realizado pela Fundação Rede Amazônica ( FRAM ) em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (SEC) e será montada na Praça Rio Solimões, em frente ao Rei do Mate, na expansão do Amazonas Shopping.
“A exposição do Ópera em Rede vai trazer a história dos 25 anos do Festival de Ópera. Nós ficamos muito felizes de poder fazer o resgate dessa história colocando os personagens que compõem esse contexto, que fizeram de fato a história correr ao longo do tempo chegando a vigésima quinta edição e podermos agregar valor a esse festival que não só encanta mas que gera emprego para a população em Manaus”, disse a diretora administrativa da FRAM, Marcya Lira.
A exposição traz registros históricos impressos, figurinos icônicos, fotografias de momentos marcantes, além de curiosidades e informações importantes do Festival. A seleção e montagem contou com a contribuição de diversos artistas, fotógrafos e outros agentes da cultura local.
Um desses itens é uma foto da primeira edição do então “Festival de Manaus”, em 1997, que trouxe para o público as obras ‘Carmen’, ‘La Traviata’ e ‘O Barbeiro de Sevilha’. A imagem é do búlgaro naturalizado brasileiro, Roumen Koynov. Para ele, rever a obra exposta ao público é motivo de orgulho. “Rever essas imagens será um momento muito especial, uma viagem no tempo, me sinto muito grato de poder compartilhar essa memória com outras pessoas que, em sua maioria, não tiveram a oportunidade de estar lá”, diz o fotógrafo.
Para além dos registros históricos e de todo o glamour apresentado no Teatro Amazonas e nos demais locais onde o Festival passou, a exposição traz ainda um segundo eixo, com vídeos-depoimentos de artistas e profissionais amazonenses envolvidos nos festivais, dentro e fora do palco.
Retomando o conceito ‘ópera fácil’, Cléia destaca a importância de mostrar que o festival é, sobretudo, feito para o povo e pelo povo. “Muitas pessoas desconhecem que o gênero surgiu a partir do Carnaval de rua da Itália e é, desde sua criação, uma expressão popular que adquiriu, ao longo dos anos, essa característica de erudito. Apesar disso, pode ser assistido e apreciado por todos os gostos e idades. Além disso, Manaus tem um talento natural para a ópera desde o século 19; e o festival veio, em 1997, para reavivar essa relação, fazendo isso até hoje”, explica.
A curadora relembra que, ao redor do festival (e estimulado por ele), criou-se, em Manaus, um grande ecossistema de investimentos, capacitação e até mesmo formação de público, essenciais para a longevidade do FAO.
“A menor parte dos artistas que se apresentam vem de fora de Manaus, a maioria dos envolvidos é de artistas locais: do Coral do Amazonas, da Amazonas Filarmônica e do Corpo de Dança, além de todos os profissionais que trabalham na produção de um grande evento como esse. É graças a todas essas pessoas que o festival acontece, e elas estarão representadas nos vídeos da exposição”, explica.
Questionada sobre um item em particular que lhe chame a atenção, Cléia assume que gosta da exposição inteira. No entanto, selecionar, dentre tantos, apenas alguns itens e momentos tem sido uma tarefa árdua.
“Quando a gente trabalha com curadoria, temos uma grande responsabilidade com a memória e o esquecimento de um povo. O que estará presente na exposição do ‘Ópera em Rede’, com certeza vai resgatar, nos visitantes, importantes memórias dos festivais passados e recentes”, disse.
Sobre o Ópera em Rede
Em alusão aos 25 anos do “Festival de Ópera”, a Fundação Rede Amazônica (FRAM) lançou o projeto “Ópera em Rede”. Composto por ações como, campanha de combate à fome, máquinas de reciclagem, transmissão do festival de ópera, plantio de mudas, exposição de ópera, pocket shows, edital Aurora e muito mais, o projeto tem como objetivo, popularizar a ópera através de ações culturais e sociais para pessoas em situação de vulnerabilidade.
“A intenção é levar o ritmo através de ações para pessoas em situação pouco favorável. A gente tem que olhar para a cultura mas pensar na pessoa, então a gente entende que além de levar o acesso à cultura, a gente tem que levar conscientização sobre alguns temas que são relevantes para a fundação”, explica a diretora executiva da Fundação Rede Amazônica, Marcya Lira.