Cerca de 250 alunos da rede pública (estadual e municipal de ensino) participaram do Workshop De Fanfarras promovido pela Fundação Rede Amazônica por meio do projeto Cidade do Jazz no período de 07 a 15 de Julho.
Manaus (AM)- Em mais uma ação do Cidade do Jazz, cerca de 250 alunos da rede pública (estadual e municipal) de ensino participaram, no período de 07 a 15 de julho, do Workshop de Fanfarras. Na ocasião, os estudantes tiveram a oportunidade de aprender um pouco mais sobre os fundamentos técnicos das fanfarras e do seu processo histórico e evolutivo. A ação uniu música, arte, juventude e desenvolvimento local.
“Essa é uma das novidades para a edição do Cidade do Jazz deste ano de 2023, que tem por objetivo chegar no público mais jovem, estar nas escolas e fortalecer esse movimento da música no estado. As fanfarras estão dentro das escolas há muito tempo, então, porque não uni-las ao jazz que é um gênero musical que tudo a ver com improvisação e criatividade que é a base da música e faz parte de todo esse contexto?”. Destaca a coordenadora do projeto, Debora Holanda.
Muito além de uma atividade cultural, as fanfarras também são uma importante estratégia para auxiliar na formação, resgate, inclusão social e ainda, aproximar a escola da comunidade.
A produtora cultural Gisa Almeida comenta sobre a evolução do projeto e a importância do olhar sensível e atencioso da Fundação Rede Amazônica para as Fanfarras em 2023:
“Desde a primeira edição do projeto Cidade do Jazz, as atividades formativas estão presentes na programação. Incluir as fanfarras de Manaus no projeto só fortaleceu a ideia do quanto a arte consegue ser agregadora, inclusiva e participativa.
A possibilidade de ampliar o repertório dos estudantes e fazer com que eles conheçam de forma mais profunda um novo estilo de música é uma estratégia não apenas de disciplina e de apoio à formação escolar, mas uma possibilidade de transformação da vida desses jovens, que podem descobrir grandes potenciais por meio desse tipo de experiência. Temos inúmeros exemplos de músicos que iniciaram suas trajetórias profissionais através de experiências como esta.” Afirma a produtora cultural Gisa Almeida.
Stivisson Menezes é músico, professor de percussão e bateria, membro da Cooperativa dos Instrutores e Regentes de Fanfarras e Bandas do Amazona e um grande fruto do movimento de bandas e fanfarras:
“Eu comecei a minha carreira musical dentro desse movimento, e por isso também está sendo muito gratificante poder fazer parte desse projeto e ter a oportunidade de compartilhar a minha experiëncia e os meus conhecimentos com outras pessoas, outros jovens músicos, além é claro, de sair um pouco dessa ideia de que só existe um nicho específico apreciador de jazz. Portanto, poder falar para o movimento, para os músicos das escolas que nós fazemos parte do jazz, que nós também fazemos jazz, está sendo uma grande realização pra mim”. Delara Stivisson.
Moisés de Castro Filho é aluno da Escola Estadual Presidente Castelo Branco, localizada no bairro São Jorge, Zona Oeste de Manaus. Ele tem 16 anos, é percussionista, e atualmente toca o instrumento Quinton na Fanfarra FanFênix e nos conta como surgiu o interesse pelas fanfarras:
“Eu venho de uma cidade pequena do interior do Estado do Amazonas, que eu sempre vi as pessoas marchando, tocando e o meu interesse foi criado a partir daí. Após eu adentrar ao colégio Castelo Branco essa vontade só se fortaleceu, e hoje eu estou aqui e tenho muito orgulho disso.”
Moisés também fala da experiência de participar do Workshop:
“Foi uma experiência maravilhosa. Me ajudou bastante. Com os fundamentos passados pelo professor, já consegui notar a diferença no meu modo de tocar e a tendência é claro, é progredir cada vez mais e me aperfeiçoar. Agradeço imensamente essa oportunidade.” Declara Moisés.
Um do destaques do I Workshop de Fanfarras foi a participação da banda marcial Maestro Borges, que é formada só por mulheres, existe desde 1970 e foi criada pelo maestro que dá nome à banda, falecido em 1995, que hoje conta com aproximadamente cinquenta integrantes lideradas pela maestrina Nonata Mendonça, que também entrou na banda como aluna:
“Eu era louca para entrar na banda da escola e tive a oportunidade de estudar na escola em 1980. Neste ano o Maestro fez o convite e abriu vagas para compor a banda, foi aí que eu aproveitei a oportunidade que tanto queria. Ele me ensinou todos os instrumentos de bocais de palheta e de percussão, e deu um curso de mais de dois anos de teoria musical com certificado expedido pela SEDUC”, explica a instrutora.
Ao todo, sete grupos musicais, entre bandas e fanfarras, de escolas da rede municipal e estadual de ensino foram selecionados para participar do projeto, são eles: Fanfarra Fênix (Escola Estadual Presidente Castelo Branco); Banda marcial Petrônio Portella (Escola Estadual Senador Petrônio Portella); Banda marcial Vicente de Paula (Escola Municipal Vicente de Paula); Banda marcial Júlio César (Escola Estadual Júlio César de Moraes Passos); Fanfarra Ernesto Pinho (Escola Estadual Ernesto Pinho Filho); Banda musical Maestro Borges (Escola Estadual Estelita Tapajós); Banda marcial CMPM VIII (Escola Estadual Coronel Pedro Câmara).
Sobre o Cidade do Jazz
O projeto Cidade do Jazz é uma realização da Fundação Rede Amazônica e tem por objetivo utilizar diferentes linguagens e mídias para celebrar e difundir a arte, levando o gênero musical Jazz à pessoas e comunidades que dificilmente teriam acesso a ele, devido a diferentes tipos de barreiras sociais, econômicas etc. Ele surgiu como uma proposta de extensão do Amazonas Green Jazz Festival, e tem como finalidade levar a experiência do Jazz para locais não atendidos pelo evento, além de potencializar a difusão cultural e a promoção do ecossistema artístico Amazonense.
Apoio
O “Cidade do Jazz” conta com o apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (SEC), Supermercados DB e Apa Móveis.
Mostra Musical
No dia 23 de julho, a partir das 17h00, o Parque Rio Negro, localizado na Orla do bairro São Raimundo, Zona Oeste da capital, será palco da primeira Mostra de Bandas e Fanfarras do projeto Cidade do Jazz. O evento é aberto ao público e tem acesso gratuito.