Pobre país

Foto:Reprodução

A Proclamação da República Brasileira foi um levante político-militar ocorrido em 15 de novembro de 1889 que instaurou a forma republicana federativa presidencialista do governo no Brasil. Bem que poderíamos ter outra proclamação, retirando todos os políticos e dando uma nova forma ao governo deste nosso pobre país.

O noticiário político da mídia impressa e eletrônica brasileira comprova que andamos quase todos, incluindo ela própria, despreocupados em processar corretamente fatos, objeto de comentários incongruentes, quase sempre em benefício dos interesses do Executivo federal e do seu grupo partidário. Dessa forma, contribui para manter-nos alienados, sem percepção de contradições significativas, presentes na condução da vida política nacional. Vou fixar-me em quatro exemplos atualíssimos, concluindo com elenco de contra-sensos cometidos por quem precisa e, normalmente, tem de ser comedido, mas não consegue conter-se:
1. De uns tempos para hoje, as conveniências da situação passaram a defender a necessidade de apoio parlamentar majoritário ao Executivo, em nome da governabilidade do País. Chega-se a criticar dissidências pontuais contingentes, justificáveis, absolutamente legítimas no sistema de governo que praticamos, como gestos de traição impatriótica. E, no entanto, defende-se a manutenção do presidencialismo, sob cujos princípios o fato de o Executivo ser minoritário no Congresso não constitui anormalidade. Observe-se o modelo original norte-americano.
2. O PSDB foi constituído por inspiração de um grupo de peemedebistas de São Paulo, tendo como motivo fundamental afastar-se da associação com políticos malvistos com influência na legenda. O que se observa nestes dias desmente a circunstância, já que os tucanos só se entendem com a chamada banda podre do PMDB.
3. O Executivo tenta forçar a reforma da Previdência, dizendo que não pode arcar mais com o pagamento dos aposentados. Contudo, não lhe parece criticáveis ônus financeiros eventuais bem superiores, resultantes da política de juros do Banco Central.
4. No episódio desabonador de seus ministros mais próximos não se considera que os desrespeitos ao devido processo legal mais de um , faltas até mais graves, porque envolvem agressões à mecânica da ordem jurídica, exigem que se enquadrem gregos e troianos . Por fim, é incompreensível que, em vez de manter-se afastado, para conter a desagregação, o presidente Temer procure o centro da ribalta de microfone em punho, a fazer provocações, talvez pensando que os desconsiderados por ele, com os quais conviveu proximamente nos últimos sete anos, são invertebrados: tempestade em copo d´água ; eleger-se-ia sem eles ; promotores de tricas e futricas contra o interesse nacional. Nenhuma substancialmente verdadeira.
Pobre País.  
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