A primeira grande lição que aprendemos com as perdas é exatamente sobre a enfermidade da vida. Nossa existência humana é muito frágil, efêmera. Quando perdemos um amigo, perguntamos: quem será o próximo? Serei eu? Se a vida é muito efêmera, devemos aproveitá-la muito bem.
O tempo de conviver com os amigos, valorizar as pessoas, ampliar as amizades é exatamente agora. Deixar para o amanhã poderá ser tarde demais! A vida é muito curta para adiarmos sempre o tempo de sermos amigos e solidários.
Em segundo lugar, com as perdas, aprendemos sobre o valor real das pessoas. Muitas vezes, nossa vida é circundada por coisas, objetos, imóveis, enfim, vivemos presos ao material, não valorizamos aqueles que nos cercam, os quais passam a ter valor secundário em nossa vida e em nossa escala de valores.
É importante nunca esquecer que as coisas foram feitas para serem usadas, e nunca para ocupar, em nosso coração, valor superior. As pessoas é que são importantes. Elas devem ser amadas e o amor vai dando, pouco a pouco, sentido à nossa existência e nos tornando mais dignos da vida e de nós mesmos.
Finalmente, através das perdas, aprendemos muito sobre as surpresas da vida. O dia de amanhã será sempre um mistério onde tudo pode acontecer! Às vezes, acordamos sorrindo e anoitecemos em prantos.
Como nós não temos controle sobre o amanhã, devemos viver hoje intensamente o tempo que temos para viver, amando as pessoas, perdoando aqueles que nos prejudicaram ou ofenderam, ajudando aos necessitados, dando carinho especial para a família, dando atenção aos idosos, brincando com os filhos, enfim, tornando a existência mais bonita, nosso tempo menos fútil e nossos valores mais espirituais.
Numa existência tão curta, tão materializada e tão cheia de surpresas, só nos resta uma saída: o amor; viver bem é também aprender com as experiências amargas, é saber ganhar através das perdas, pois elas possuem uma pedagogia própria, e nos ensinam lições preciosas. A única perda irrecuperável é a perda de tempo. Quando se vai ficando velho é preciso reunir as forças que restam para aproveita-las mais viáveis ao romantismo de cantar, escrever, conversar saber do que fez e o que deixou de fazer sem as lamúrias do arrependimento.