Carnaval e costumes

Foto:Reprodução
O que escrever numa quarta feira de cinzas, nada a não ser sobre carnaval. Confesso que este ano fiquei alheio a todas as bandas e blocos, mas vi pela televisão. O carnaval que hoje faz a gente imaginar não sejamos, na realidade, principalmente pela sua causa, considerados por muitos como país da libidinagem, para não dizer país por certos períodos do ano endemicamente devasso. Não se pode negar que nesses dias destinados ao império do rei momo, não se observe que realmente confundimos a liberdade de comportamento com a mais inescrupulosa licenciosidade nos costumes, nas expressões, e nas manifestações lúdicas.A prática apelativa e escancarada do fluir dos instintos desregrados toma, agora, o lugar da espontaneidade admirável que caracterizava a manifestação festiva dos grupos humanos dos anos 50 e 60 por exemplo. Por volta dessa época, sem dúvida se externavam padrões de dignidade carnavalesca muito menos ostensivos, muito menos vergonhosos e sem o nível de baixaria como hoje se veem. Ora, acho que naqueles tempos, acreditava-se não ser normal nem lícito o uso de liberdade do instinto lascivo em detrimento, ou com acinte, aos princípios da moralidade pública universalmente aceitos. Os costumes calcados em tal pseuda liberalidade, ainda que seguidos por maiorias nacionais, não significam que possam ser justificáveis. Na verdade todo e qualquer hábito ou costume somente tem livre trânsito, em termos de viabilidade de existência, desde que tenha ele por concessão da sociedade soberana o seu respectivo salvo-conduto da decência. As referências a nossa nação, maldosas e arrogantemente dúvidas no exterior, debochando de nosso país como o país do carnaval e do futebol, teriam de ser rechaçadas, contestadas com argumentos defensivos e esclarecedores. É de nossa obrigação fazer oposição e abjurar tal infâmia, não exercer atitudes de completa indiferença, através do silêncio comprometedor e desdenhoso. O carnaval e o futebol afinal são manifestações comuns aos povos de grande número de nações, consequentemente não seria por isso que se fundamentariam críticas como se, por sermos adeptos de tais práticas, com tanto fervor, seríamos povo menos digno da civilização.
Enfim, o que não nos recomenda, apesar de ser direito democrático, é essa liberação abusiva, de um ano após o outro dessa demonstração de verdadeira lascívia, durante os três ou quatro dias em que a orgia toma conta dos costumes. 

Se a exposição fosse apenas de corpos nus ou seminus não seria nada, tolerar-se-ia, mas a ostentação de libidinagem, sem nenhum outro intuito que não para provocar o instinto sexual, não se vê absolutamente viabilidade de com isso a gente contemporizar. Parece que sob o impulso de tal estado de ânimo perde a vez qualquer tentativa de refreio das paixões.

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