Mas a tradição a que me refiro é a tradição saudável, a tradição da família como núcleo primário de uma sociedade sã. A tradição que transmite aos mais novos conceitos de hombridade, dignidade, caráter, solidariedade, honestidade.
Tomemos como exemplo a televisão com suas novelas que insistem em mostrar para milhões de lares que a vida humana é composta tão somente de várias formas de desajustes. Personagens drogados, alcoólatras, adúlteros, filhos desajustados, pais ausentes, temas de homossexualismo, ou de sexo envolvendo adolescentes. Tudo isso, abordado de uma maneira superficial e sem os cuidados necessários.
Temos muitos outros exemplos para citar, como as propagandas com cenas sensuais descabidas, as revistas onde só se mostra as imbecilidades dos famosos. Ninguém pensa algo relevante, apenas se exibem… pessoas muitas vezes extremamente infelizes, mas na vitrine da hipocrisia sorriem e vivem toda a vida como se estivessem sempre encenando. Tudo por dinheiro!
Esta alienação está muito viva de várias formas entre nós. Ainda nesta linha de raciocínio vejamos a postura de alguns cidadãos frente a algumas situações do dia-a-dia. Pessoas que facilmente se escandalizam com a corrupção de nossa classe política, mas que aqui, no andar de baixo, não hesitam em levar vantagem em tudo que fazem.
E o comportamento inadequado está tão enraizado no leito familiar que já passa depai para filho com naturalidade. A criança tem que ser “esperta”, tem que ser a primeira. Crianças violentadas em sua natureza infantil quando são incentivadas, pelos próprios pais, a dançar uma coreografia pornográfica, estimulando nelas uma irrupção de erotismo sem precedentes. A quem interessa o caos?
E se neste instante você está achando que este tema está sendo tratado com exagero, e que o que foi tratado até este momento não é nada demais, reflita com cuidado, dialogue com sua família, seus professores, os professores de seus filhos. Por acharmos que “não é bem assim”, é que a permissividade se apossou da sociedade e pior, mora dentro de muitos lares. Precisamos formar cidadãos do bem.
É uma sociedade perfeita? Claro que não! Seria ignorância pensar desta forma. Mas seria sem dúvidas uma sociedade mais preocupada em não transgredir as normas de conduta, onde o servir é mais importante que o usufruir; uma sociedade que não obstante os defeitos comuns de seus cidadãos, está preocupada com o bem-estar do próximo, preocupada em não errar – apesar dos erros cometidos.