O professor ainda não se convenceu que o aprendizado é um potencial de todos. Nunca se demonstrou a incapacidade humana ao exercício da aprendizagem. Impõe-se uma didática instigante. O homo sapiens formando o ‘homo tecnologicus’. O aluno construindo o seu saber. Conhecimento mediante estudos que não podem ser interrompidos nem mesmo após as lides universitárias e pós-universitárias. Qualificação e requalificação, inclusive para que o trabalhador do futuro, de quem se espera atualização permanente, não se transforme no profissional-dinossauro, carcomido pelos avanços galopantes da tecnologia.
Que a sala de aula seja o fruto do desejo do aluno na sua sede de conhecimento. E o professor, diante do não-saber desse aluno, possa instigá-lo às perguntas e às curiosidades, para, saindo, do além-sala-de-aula, saber encontrar a viga mestra noutros ambientes do conhecimento, que, sendo de praticidade econômico-mercadológica, conforme apregoa a Unesco, esteja forjando o profissional conforme os anseios dos familiares e expectativas da sociedade como um todo.Aproveitando o ensejo, observo que várias palavras na língua portuguesa apresentam semelhança na pronúncia ou na grafia, o que pode causar grandes confusões.
Quando você decide passar um feriado num hotel, deve marcar uma estada, pois quem faz estadia é cavalo, barco ou carro…Costumo brincar ao dizer que aquele que marca uma estadia, pede trezentas gramas de mortandela em vez de trezentos gramas de mortadela.
O que dificulta ainda mais a nossa língua é a questão de Regência Verbal. Domingo passado, dia 16 de outubro (é com letra minúscula mesmo, hein!), o Fantástico apresentou uma reportagem sobre as atrocidades cometidas por muitos advogados (para muitos, adEvogados, se me permitem um erro de ortoepia). Vimos coisas como “rasões”, “Meretríssimo” e “haja visto”, pode? Todavia, o pior ainda estava por vir… Ao comentar tais erros, um professor da língua pátria afirmou que os bacharéis em Direito estavam “pisando na língua portuguesa”, esquecendo-se de que o verbo em questão é transitivo direto. Portanto, o certo é “pisando a língua portuguesa”.
Recentemente, ao ouvir um grande jornalista da mesma emissora que o programa acima citado, fiquei certo das atrocidades linguísticas, quando noticiou: “O Secretário explicou ontem por que deixou o cargo”. Se já deixou o cargo não é mais Secretário, certo? Bastava acrescentar o prefixo Ex e tudo estaria perfeito… Às vezes, o mínimo já basta. Enfim, será sempre um privilégio (e não previlégio) comentar casos como esses, pois é melhor prevenir (e não prevenir) do que remediar…