Ali Babá

No reino de Ali Babá não havia peemedebistas tucanos e coligados, mas havia 40 ladrões. Longe de mim estar insinuando que Temer e sua coligação no poder representam em nosso país tropical o herói e seu bando das mil e uma noites de Sherazade. Apenas associei as duas imagens, ao constatar a quantidade de políticos e assessores, que, à sombra do Planalto, se envolveram em corrupção no atual governo e até hoje continuam impunes. Por alto fiz um levantamento em que contei, de lembrança, mais de duas dúzias de nomes sob suspeita e acusação. Curiosamente, como Ali Babá, também Temer é poupado de pechas e acusações.
Daí decorre a segunda razão de aproximar, para contrastar, os dois contextos: o da lenda e o da realidade política. É que Ali Babá e seus ladrões eram transparentes. Assumiam o que eram e faziam. Estranhamente as pessoas vinculadas diretamente a Temer indiciadas ou apontadas pelo noticiário, não têm a mesma postura. Usam de todos os recursos e erguem com a maior desenvoltura uma cortina de fumaça negra e densa em torno deles mesmos e de seus atos, para evitar que a opinião pública saiba a verdade do que tem acontecido nos bastidores do governo. 

Operações de abafa, rolo compressor, respostas sarcásticas, ataques bastidores do governo. Operações de abafa, rolo compressor, respostas sarcásticas, ataques verbais são o mínimo apresentado como autodefesa e barreira à averiguação pública. Basta simples suspeição que logo se levantam para praticar a velha máxima de que a melhor defesa é o ataque. Antes que sejam destruídos, ainda que em nome da verdade e da justiça, Temer, Gedel e comparsas tudo fazem para destruir os adversários. Para mostrar que é superior e acima de qualquer suspeita, Temer usou e abusou de expressões como o Brasil está crescendo, caiu o desemprego e pretensas frases aparentemente d ésprit, mas na verdade de uma pobreza intelectual de causar dó! A revelar sempre o propósito de agredir para não ser atacado. 

Agora seu assaz contestado candidato à sucessão demonstra que copiou o grande chefe . Mal começaram as graves denúncias que o envolveram com as falcatruas de Elizeu Padilha, tenta ironizar: tudo não passa de tititi e trololó . Temendo que os ventos soprem a poeira para sua janela, Temer vem a público declarar que se trata de acusações requentadas , quando para advogados de renome e respeitados políticos sua omissão e leniência, à época da ocorrência dos fatos, podem culpá-lo de improbidade administrativa. 

Temer, Elizeu e assessores pousam de impolutas vestais da República. Ao contrário de Ali Babá e seu bando, em vez de se esconder em cavernas, à espera do Abre-te Sézamo , procuram trancar a corte a sete chaves. Será que pensam que todos nós temos que engolir calados? Será que de tititi e trololó, com tropeços aqui e ali, sem o ar e a luz que paradoxalmente sobram nas cavernas de Ali Babá, mas tanto faltam nos subterrâneos do Planalto, chegaremos a eleger, sem continuidade, nem continuísmo, o sucessor de Temer, e apurar tudo o que foi feito?
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