Vivemos em um século que a falta da Inteligência Emocional tem sido um ponto caótico no mundo empresarial. Isso é o que diz os maiores CEOs e Presidentes de grandes empresas da América Latina. Fofocas, boatos, disse-me-disse, panelinhas, reações inadequadas e decisões tomadas de forma equivocada têm sido alguns resultados disso. Diante disso, o chefe usa a força e beneficia os seus amigos. O líder, não. Ele tem o perfil diferente, é imparcial, analisa a situação como ela é, sem cunho emocional. Assim, aplica a intervenção necessária e correta em cada situação. Esse perfil de profissional é o mais procurado, desejado e caçado pelas empresas. Quando alguém do alto escalão acha alguém assim é como achar um pote de ouro. Líderes com esse tipo de comportamento não dão prejuízo para as empresas, pois tomam as decisões de forma técnica, para resolver.
Uma liderança sólida exerce alguns pilares: análise real, análise situacional e análise contextualizada. Abaixo, detalho sobre cada uma delas:
– Análise Real: quando se analisa a situação na sua essência. Exemplo: Fulano(a) é meu(minha) liderado(a) e tem um sério problema de ser impulsivo(a) em tomadas de decisões. Essa é a sua essência, a sua natureza. Logo, não há um motivo circunstancial que o(a) leve à impulsividade. Com isso, eu preciso geri-lo com esse conhecimento de fato que tenho. É necessário haver a consciência que a decisão tomada com base no impulso não foi feita de propósito ou por maldade. Por mais que o erro cometido acenda a nossa ira pessoal, se eu tratar a questão dessa forma, não estarei sendo líder, e sim chefe. Ser imparcial: o desafio.
– Análise Contextualizada: quando se analisa a necessidade de atitudes específicas para situações específicas. Exemplo: Fulano(a), que é tão calmo(a), mudou nos últimos dias e está mais rígido(a) e sem paciência. Nessa situação, é necessário analisar se essa mudança de comportamento não é o necessário para o momento. Na rotina empresarial, tem situações que requerem arrocho, senão continuam sem resultados positivos. Assim, essa reação não pode ser considerada como natureza de quem a exerce, e sim como uma necessidade contextualizada. Ser imparcial: o desafio.
Outro ponto que chama muito a atenção no quesito comportamento humano é a maturidade de interpretação. Há alguns anos atrás, um cliente me avistou no salão da sua empresa e disse “Ei, bicho feio, sobe aqui”. Quem estava ao meu lado disse que aquilo era um absurdo, um abuso e que eu não deveria aceitar situações como essa. Ora, você imagina se eu fosse reagir a tudo que me falam com base em minha interpretação pessoal? Para muitos, dizer “Ei, bicho feio, sobe aqui” pode ser sinônimo de uma ofensa terrível. No entanto, para o cliente que me chamou assim, pode ser uma forma de carinho. Pode ser a sua natureza, a sua forma de falar transmitindo intimidade.
*Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazonas, CBN Rondônia e Portal Amazônia.