Perspectivas e projeções de empregos para a Amazônia em 2020

O ano de 2019 foi excelente quando nos referimos à geração de Emprego e Renda em toda a região amazônica, não somente com contratações diretas (com registros em carteira), mas também com contratações PJ e prestações de serviços informais. De todas essas formas, tivemos circulação de economia no mercado, e por consequência, geração de oportunidades. Mas e 2020? Como será?

As projeções são muito boas. Com alguns acontecimentos históricos em 2019, conseguimos montar um cenário bem interessante para o próximo ano, considerando as tendências pós-Reformas do Governo Federal e análises estatísticas reais. Vamos conhecê-los?

Crescimento de geração de Empregos nos Estados da Região Amazônica

O ano de 2019 foi realmente fora do incomum em muitos aspectos. Em Novembro, por exemplo, alguns Estados da região Amazônica tiveram mais de 200, 300 e um teve até 451% de crescimento em geração de Empregos, se comparado ao mesmo período do ano passado. Essa expansão corresponde apenas aos Empregos formais. Ou seja, registrados em carteira de trabalho. Com o crescimento real de prestadores de serviços autônomos e liberais, algumas análises estatísticas de mercado mostram que o percentual pode ser até 3,2 vezes a mais que esses 451%, que foi o percentual máximo da região. Isso significa que o aumento de renda entre profissionais liberais e autônomos foi, pelo menos, de 1.443%. Isso é o máximo !!! Mesmo que não sejam trabalhos registrados em carteira, é geração de renda. E geração de renda é comida na mesa.

A tendência da Amazônia para 2020 é que tenhamos, pelo menos, um crescimento de 180% a mais de geração de Empregos, considerando todos os crescimentos e históricos de 2019. Ou seja, o nosso Novembro do próximo ano, por exemplo, pode chegar a mais de 1.500% em crescimento. Por mais que pareça algo surreal, essa é uma projeção real que deve acompanhar todos os setores da economia.

A contratação atípica de Dezembro na Indústria

Particularmente, nunca vi um ano de Dezembro que mais contratou quanto esse de 2019. O mais curioso desse fenômeno é que a Indústria encabeçou boa parte dessas contratações, o que é uma surpresa tremenda. Nos últimos 10 anos, o segmento não contratava mais ninguém depois do dia 15 de Dezembro, que é o período que entram de recesso para o próximo mês (Janeiro). Devido o recesso, a necessidade de contratações era quase nula, a não ser para alguns cargos administrativos. Assim, voltavam a fazer os processos seletivos em massa apenas depois do dia 10 ou 15 de Janeiro. Mas nesse ano de 2019 foi diferente. Depois do dia 16, apenas uma empresa abriu um processo seletivo para contratar 300 operadores de Produção.

A régua de medição que estamos saindo de uma crise profunda como a que estamos desde o final de 2014, é quando vemos fenômenos como esse acontecer. Quando começamos a perceber movimentações que antes dificilmente ocorriam, é sinal que começamos a nos reerguer novamente.

Para 2020, a projeção é que a Indústria continue aquecida por alguns motivos de reações de mercado: mais emprego significa mais contas pagar. Mais contas pagas significam menos endividamento. Menos endividamento significa mais crédito. E mais crédito significa mais compras. Mais compras significa mais Produção. E assim por diante.

Com o aumento de produtos ofertados pela Indústria, a consequência é que o Comércio tenha um significativo crescimento também com a contratação de vendedores, estoquistas, gestores e prestadores de serviços contratados de forma direta, através de empresas de serviços, e também indiretas com profissionais autônomos e liberais.

O crescimento da Construção Civil como surpresa

A Construção Civil normalmente é o último segmento de mercado que cresce, tanto em contratações quanto em faturamento. Mas em 2019 tivemos um regime invertido de expansão. O segmento cresceu não somente em prestações de serviços de construções, mas também em atividades industriais. O mercado de materiais de construções foi um dos destaques desse ano.

A projeção de crescimento continua provavelmente em 1,5 ou 2,5 a mais em relação a todos os crescimentos ocorridos em 2019. Com as novas obras do Governo Federal, as expansões de linhas de produção e reativação de setores que estavam parados, principalmente as reformas tenham um aumento de contratações diretas. Além disso, com a população menos endividada teremos uma tendência de mais reformas residenciais, o que aquece o mercado informal de prestadores de serviços e comercial de materiais.

Assim como a área Industrial generalista crescendo em Dezembro, o crescimento da Construção Civil também é uma linha de corte de avaliação de crescimento do mercado. Se o segmento está crescendo significa que os outros também vão juntos.

Junto ao crescimento do setor vem o aumento de produções de máquinas, equipamentos, ferramentas, materiais e tecnologias de construções. Como uma cadeia, as indústrias que produzirem esses produtos também farão contratações de Operadores de Produção, principalmente.

A atração de novos investimentos

Com as novas Reformas feitas no País a tendência é que muitos novos investimentos internacionais venham para a região, principalmente no segmento industrial. O Codam, por exemplo, aprovou em 2019 excelentes projetos, inclusive um de produção de carnes de hambúrguer, um segmento ainda não explorado na região amazônica como um todo.

Com isso, novas contratações acontecerão (diretas e indiretas).

A verdade é que estamos passando por um período de pré-Prosperidade, o que indica muitas empresas novas surgindo e antigas se reinventando em seus processos de inovação.

A Amazônia, como um polo fantástico para estudos e pesquisas, também será um grande foco de P&D – Pesquisa e Desenvolvimento, principalmente em produtos da Floresta, o tão comentado Bionegócio. Se seguirmos a linha de crescimento de 2019, teremos um polo ainda tímido de Biodiversidade na região. Com o amadurecimento desse novo sistema de geração de Emprego e Renda, teremos nos próximos anos um grande polo local.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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