Curso técnico ou graduação? Idioma ou graduação? Pós-graduação ou idioma?

Uma escolha de caminho profissional sempre é bem complexa pelo fato de envolver vários fatores: satisfação pessoal, ordem econômica, objetivos de carreira, conciliações com a vida familiar e pessoal, e tantos outros fatores. Por isso, nesse artigo vamos tratar sobre qual caminho podemos tomar como prioridade diante da realidade do mercado que temos no atual contexto: o que ele precisa, o que ele quer e o que falta.

Curso Técnico ou Graduação?

A ideia sobre a resposta para essa pergunta não é apontar se um ou outro é o melhor, mas sim analisar a situação como um todo e direcionar para a melhor decisão. Sem dúvidas, tanto um curso técnico quanto uma graduação são excelentes passos. Entretanto, precisamos considerar o contexto que essa decisão estará incluída.

Muitos profissionais ainda não possuem uma graduação. Por isso, em muitos casos, pensam nela como um grande sonho de vida. Assim como a casa própria ou um carro. Dessa forma, precisamos ter cautela, pois uma decisão profissional nunca deve ser tomada com base emocional, ou status ou circunstancial.

Vamos citar um exemplo prático disso imaginando que João (personagem fictício) quer fazer uma graduação em uma área que já existem muitos profissionais no mercado. Ou seja, uma área saturada. Concorrência grande entre profissionais formados + poucas oportunidades devido o momento de crise = dificuldade em colocação ou recolocação. Esse mesmo curso que o João quer cursar tem algumas disciplinas específicas que são interessantes para o momento se considerarmos a falta de profissionais no mercado em algumas funções como técnicos de automação com CPL, Robótica e afins. Como uma área relacionada com a graduação que ele quer, um curso Técnico de Automação Industrial ou Mecatrônica pode ser muito importante. Numa graduação que envolva esses dois assuntos, dificilmente haverá aprofundamento técnico sobre esses mesmos dois. Já com um curso de fato técnico, ele terá especialidade nisso. Além de ter essa especialidade, conseguirá entrar exatamente onde há falta de profissionais. Pouca concorrência entre profissionais formados + falta de profissionais para ocuparem funções específicas = colocação ou recolocação rápida.

Agora vamos citar outro exemplo prático, porém, focaremos em uma graduação, imaginando que Maria quer seguir na área de Publicidade e Propaganda. Em dúvida, ela se questiona se faz uma graduação ou um curso técnico de web design. Vejamos: se o objetivo da Maria é ser publicitária, com um curso técnico de web design ela não conseguirá desenvolver as atividades que quer, pois como qualquer curso técnico, ela aprenderá somente um assunto específico. Nesse caso, o ideal é que ela faça a graduação. Mas vamos citar um exemplo parecido com esse? Já pensou se a Maria quisesse trabalhar com criação de artes? Se esse fosse o seu real objetivo, o ideal seria o curso técnico, não o de publicidade e propaganda, afinal, ela passará de 1 a 2 anos aprendendo o que realmente quer, ao invés de passar 4 ou 5 em uma graduação que não ensinará, de forma aprofundada, o que ela pretende.

Idioma ou Graduação?

Essa nem preciso responder, né? De forma unânime, é o idioma. Não somente em nossa região amazônica, mas no Brasil de uma forma geral temos um altíssimo déficit de profissionais com um segundo idioma. Veja: não estamos falando do inglês. Estamos falando de um segundo idioma, que pode ser espanhol, mandarim, francês, japonês, enfim.

Essa falta de profissionais faz com que muitas empresas deixem de contratar pessoas para funções estratégicas e operacionais. Como isso acontece? É assim: as empresas iniciam processos seletivos, porém, não acham os profissionais com outros idiomas e com o perfil comportamental que buscam. Continuam tentando por meses até que chegam à conclusão de que não conseguirão preencher a função. Assim, cancelam a vaga e uma oportunidade de emprego é eliminada. É exatamente assim, sem tirar uma só vírgula.

Muitos profissionais que possuem um segundo idioma, inclusive, são contratados mesmo que não tenham experiência efetiva na função. A escassez é tão grande que a maioria das empresas contratam somente pelo idioma e depois treinam para o(a) profissional ter a experiência no setor. Isso acontece há muitos anos, não é de agora.

Junto a casos como esse também existem as promoções que ocorrem por causa do segundo idioma. Em muitos exemplos, o estagiário que tem o segundo idioma fluente sobe diretamente para uma vaga de Analista ou Supervisão. Isso acontece todos os dias. Logo, o idioma, sem dúvida alguma, é o melhor caminho se formos comparar com uma graduação.

Pós-graduação ou Idioma?

Essa é relativa de acordo com o objetivo do(a) profissional. Se for para escolher uma pós-graduação, precisamos nos questionar se o nosso objetivo é lecionar em universidades, ou fazer pesquisa e desenvolvimento ou ter uma especialização específica de acordo com um gargalo que a minha empresa atual tem ou que muitas delas reclamam que existem poucos profissionais. Se for por algum desses motivos, sem dúvida, a pós-graduação é a melhor alternativa.

Vamos para um exemplo prático de um conhecimento de especialização que muitas empresas procuram e não existem profissionais: pós-graduação/especialização em Data Center e Segurança Digital, que é uma tendência mundial e uma área que possui pouquíssimos profissionais no mercado. Assim, vale a pena fazer. Esse é apenas um dos exemplos. Você, que está lendo esse artigo, adaptará de acordo com a sua área de atuação.

Caso contrário, o idioma continua despontando como uma necessidade real do nosso mercado de trabalho como um todo.

E então? Qual será o nosso caminho?

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação e Reelaboração Curricular.

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