A busca pelo estágio é um grande desafio de estudantes de níveis médio, técnico e superior. Normalmente possuem muitas dúvidas sobre o assunto, e por isso não sabem a quem recorrer e o que fazer. Hoje vamos falar sobre isso com algumas dicas e orientações práticas de como tornar mais fácil essa oportunidade.
Antes de tudo precisamos desconstruir um conceito que ainda é muito usado por alguns pais, avós, tios e familiares de estudantes: primeiro estudar, depois trabalhar. Hoje esse tipo de pensamento não cabe mais no ambiente do mercado de trabalho globalizado. Por mais que antes isso fosse um fator positivo, hoje se continuarmos colocando esse conceito em prática, prejudicaremos muito o futuro desses estudantes. O conceito mudou: quanto mais cedo começar, melhor. Por isso, se for possível ingressar em um estágio já no ensino médio, estaremos criando uma vantagem competitiva bem interessante para esse(a) estudante. Dessa forma, ele(a) já terá alguma experiência para o mercado de trabalho em si, que é feroz em concorrências com outros profissionais.
A busca por um estágio tem algumas etapas específicas que não competem apenas aos envios de currículos, ou cadastros em sites ou buscas por vagas em redes sociais. O método de atuação para esse tipo de busca requer outros fatores que hoje são vistos como fundamentais para uma carreira. Além disso, também existem alguns fatores que podemos fazer funcionar e que podem nos beneficiar bastante. Vamos para a prática?
O CUIDADO COM O PORTUGUÊS
Esse ainda é um fator crítico, não só em processos seletivos para estágios, mas também para outros tipos de funções. Os erros de português reprovam atualmente 35% de profissionais durante os testes ou preenchimentos de informações em algum formulário ou site. Isso significa que esses 35% nem chegam a serem chamados para a entrevista.
Por mais que seja um assunto batido (clichê), ainda é um problema real que desclassifica muitos bons estudantes. Junto a isso vem o déficit da redação, que normalmente é solicitada quando há o primeiro chamamento.
Se resumíssemos esse item, poderíamos falar sobre alguns principais erros cometidos:
– Erros básicos de palavras (um “s” no lugar do “ç”, ou o “ç” no lugar do “s”).
– A falta de pontuação adequada (descrições sem pausas e sem qualquer tipo de pontuação).
– “Mais” em lugar de “mas”, e vice versa.
– “Me diga” sendo descrito como “mim diga”.
– “Menas” em lugar de “Menos”.
– “Fasso” em lugar de “Faço”.
E tantos outros.
Isso nos mostra que o primeiro passo que precisamos tomar é checar se o português está ok. Esse pode ser um dos motivos da falta de contatos para o chamamento da entrevista.
ESCOLHA DE UM(A) TUTOR(A)
Esse é um fator que poucos estudantes fazem. A escolha de um(a) tutor(a) é fundamental pelo motivo de termos com quem tirar dúvidas, compartilhar ideias e projetos, estar próximo(a) de alguém que pode nos oferecer alguma oportunidade, que pode conseguir enxergar o nosso potencial interno e que tenha acesso a informações sobre a sua área de atuação desejada. O ideal é que essa escolha seja feita para um(a) profissional que seja referência em alguma área e que tenha alguma ligação conosco, seja formal ou informal.
A proposta deve ser feita de forma aberta: “Você quer ser o meu tutor profissional?”. A possibilidade é tanto de sim quanto de não. Esse risco sempre teremos que correr.
Acredite. Fazendo isso, estaremos na frente de muitos e muitos outros profissionais. Essa pode ser a cereja do bolo para o seu estágio.
APROXIMAÇÃO COM PROFESSORES
Esse fator normalmente se pratica em estudos mais específicos como, por exemplo, um curso técnico de Mecatrônica ou qualquer outra área. Normalmente, os professores que ministram aulas para cursos específicos são pessoas de mercado, ou que foram, ou que conhecem pessoas da área que podem abrir as portas em alguma empresa. A aproximação com eles é fundamental para sermos lembrados e vistos como pessoas que se esforçam, que estão sempre tentando fazer o melhor e demonstrando interesse. O fato de se anular e enxergar um(a) professor(a) como um mero ministrador de conhecimento pode limitar as nossas oportunidades, dificultando de forma significativa a nossa tentativa pelo ingresso em alguma organização. Networking é o passo-chave para qualquer busca de oportunidade.
FILOSOFIA DE VIDA/TRABALHO
Outro ponto citado por muitos especialistas de RH é de não sentir um plano de futuro por parte dos estudantes. Alguns citam que querem a oportunidade para terem um ganho, outros para aprenderem e adquirirem experiências, outros para terem alguma atividade durante o dia, outros para pagarem a faculdade ou o curso, e etc. Em menor proporção, alguns falam sobre projetos de futuro, onde querem estar, como planejam crescer na organização e ajudar o seu chefe imediato a crescer também. Quando se tem uma situação como essa, os olhos de qualquer gestor(a) brilham. É o que poucos fazem. O que é diferente para a forma positiva sempre desperta mais interesse. É nesse caminho que preciso ir. Qual a sua filosofia de vida/trabalho? Qual o seu plano de futuro? Os seus sonhos? Como você coloca a empresa e o seu líder/chefe dentro deles? É isso que eles precisam ouvir e sentir.
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.