Joquim Cunha vinha estudando a presença dos Incas na região desde meados dos anos 1970
A região onde hoje está localizado o estado de Rondônia teria integrado parte do território Tahuantinsuyo, do império Inca. É o que o farmacêutico, especialista em georreferenciamento e pesquisador independente Joaquim Cunha da Silva vinha estudando desde meados dos anos 1970, quando se mudou para o estado.
Segundo ele, o território abrigava a lendária cidade perdida de Paititi, que, segundo a mitologia Inca, seria um lugar encantado e coberto por ouro. Joaquim acreditava que Paititi possa estar localizada próxima ao lugar que hoje conhecemos por Rolim de Moura, no interior de Rondônia.
Baseados na região do Andes, os Incas, entre o século XV e o início do XVI, incorporaram grande parte do oeste da América do Sul. Há registros dos Incas no Peru, Equador, Bolívia, Chile, Colômbia e Argentina.
Mas, para Joaquim, alguns achados evidenciam a presença dos Incas em Rondônia:
Uma das várias evidências do Paititi, segundo seus estudos, está no geoglifo Cabeça do Condor, inédito e nunca anteriormente fotografado ou relatado. Os geoglifos do Condor têm cerca de 300 m de diâmetro e um quilômetro de comprimento. Nele se vê uma lhama, que é parte integrante do Painel da Via Láctea.
A CPRM, parte do serviço geológico brasileiro, identificou na região Ponta do Abunã, também em Rondônia, outros sete geoglifos. Até então, essas construções primitivas eram conhecidas apenas no Acre. Além disso, no leito do rio Madeira, foi realizado o resgate de cacos de cerâmica que revelaram idades de ocupação superiores a 3 mil anos.
Joaquim também acreditava ter descoberto o primeiro altar da civilização Inca no Brasil, localizado em um sítio no município de Alta Floresta do Oeste, também em Rondônia.
Distante 248 quilômetros dali, no município de Costa Marques, ruínas de uma construção rústica em pedra, ao estilo das técnicas Incas, estão sendo objeto de estudos por especialistas.
Joaquim morreu em setembro de 2016, aos 59 anos, em decorrência de um tumor renal.