Peru promoverá criação de 'Fundo de Perdas e Danos' e de 'Fundo Climático para Mulheres Indígenas' na COP28

A criação de um 'Fundo para Perdas e Danos' causados pela crise climática e de um 'Fundo Climático para Mulheres Indígenas' será proposta pelo Peru na 28ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28 ), que será realizada nos Emirados Árabes Unidos este ano, anunciou a ministra Albina Ruiz.

"A primeira é uma posição firme nas negociações para termos, o mais rápido possível, um Fundo de Perdas e Danos, considerando que nosso país já sofre as graves consequências das mudanças climáticas, como a perda acelerada de nossas geleiras", afirmou.

Quanto à criação de um 'Fundo Climático para Mulheres Indígenas', ela especificou que: "Isto fortalecerá as capacidades de adaptação e mitigação de quase 3.000.000 de mulheres indígenas e facilitará o acesso a pequenos fundos".

Durante o lançamento do 'Peru Rumo à COP28', o chefe do setor destacou que este ano foram integradas três novas medidas de mitigação que fazem parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (Nosso Desafio Climático-NDC), que ratifica a ambição climática do País.

Neste sentido, explicou que a primeira medida é a "conservação e gestão sustentável das turfeiras amazônicas", que será implementada em mais de 1 milhão de hectares daquele ecossistema, localizados em Loreto, Ucayali e Madre de Dios. 

A segunda medida refere-se à "gestão eficaz em Áreas de Conservação Regionais", que conservará mais de 3 milhões de hectares de floresta, em 17 Unidades de Conservação Regionais da Amazônia.

A terceira medida de mitigação está ligada à "redução das emissões de óxido nitroso na indústria transformadora de ácido nítrico", que é utilizado na produção de fertilizantes artificiais à base de azoto.

Destacou também a participação de todo o Poder Executivo na Comissão de Alto Nível sobre Mudanças Climáticas e a participação da juventude peruana na governança das mudanças climáticas.

Também esteve presente neste evento o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Peru, Mohamed Abdulla Alshamsi, que disse que o seu país está a trabalhar para ajudar a limitar o aumento da temperatura global a cerca de 1,5 graus Celsius e reduzir as emissões a nível mundial até ao ano 2030. "O mundo precisa acelerar a construção de novos sistemas de energia limpa e, ao mesmo tempo, reduzir as emissões dos principais setores industriais", afirmou.

Por sua vez, o presidente do distrito de Magdalena del Mar, Francis Allison, indicou que as alterações climáticas estão relacionadas com o "direito que as gerações futuras têm de viver num ambiente saudável e equilibrado e, mais importante, com o direito à vida".

A COP28 está prevista para ocorrer de 30 de novembro a 12 de dezembro de 2023 em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.