Saiba qual a história do monumento que existe no centro do Largo Sebastião, em Manaus

Denominado como Monumento à Abertura dos Portos em Manaus, o que se encontra hoje não é o original. O primeiro a ser erguido era apenas um obelisco, inaugurado em 1867 para registrar o acontecimento histórico.

Quem planeja conhecer a capital do estado amazonense, ou mora na cidade, certamente precisa conhecer o Largo São Sebastião. Localizado na rua 10 de julho, centro de Manaus, abriga o famoso cartão-postal, Teatro Amazonas. Além dele, também ficam localizados a Igreja de São Sebastião, bares, restaurantes e estátuas que fragmentam partes da história de Manaus.

Um deles, no centro do calçadão do Largo, rodeado por árvores que cercam a praça, está localizado o Monumento à Abertura dos Portos. Com todos os elementos feitos em bronze, o monumento marca a abertura dos portos e rios da Amazônia à navegação estrangeira, ocorrida em 1866.

Entretanto, o que se encontra hoje não é o original. O primeiro a ser erguido era apenas um obelisco, inaugurado em 1867 para registrar o acontecimento histórico.

Já em 1899, com a riqueza vinda da exploração da borracha, outro monumento (o que existe hoje em dia) foi erguido, mais detalhado e de maior valor artístico. O artista italiano Domenico de Angelis, foi responsável pela criação do monumento.

As peças do Monumento à Abertura dos Portos chegaram trazidas para Manaus em partes separadas. O granito, por exemplo, foi trazido de Bavena e a frisa, ao meio do monumento, foi fabricado em mármore de Carrara.

Foto: Instituto Durango Duarte

Os elementos em bronze, em formato de máscaras no estilo antigo na frisa, foram produzidos em Gênova.

A estátua, em cima do monumento, também em bronze, realizada nos famosos ateliês de Enrico Quatrini, em Roma, é uma alegoria ao comércio. Ao lado é possivel ver uma estátua do deus Mercúrio sentado em uma engrenagem (símbolo da Indústria e Comércio), cercado por três meninas em bronze.

Todo o material usado foi importado da Europa, em especial a Itália e inaugurado em 1900, no ano da comemoração dos 400 anos do Brasil.

O monumento simboliza os 4 “cantos do mundo”: Ásia, América, África e Europa, representado por uma embarcação com um pequeno menino sentado. 

No barco da África está um menino que segura 2 presas de elefante e uma figura na proa no formato de uma cabeça egípcia.

Foto: Acervo Digital / UNESP

O barco da Europa, exibe uma águia de asas abertas na proa, mostrando um menino segurando um globo terrestre.

Foto: Acervo digital / UNESP

Já no caso do barco asiático, destaca-se o “croissant”, símbolo dos muçulmanos, características antigas gravadas com o menino nas costas de uma cabeça de leão persa.

Foto: Acervo Digital / UNESP

 Por fim, no barco da América, elementos decorativos diversos estão agrupados, com um menino na proa e uma serpente enrolada na quilha do barco. Representando o primeiro navio viking que foi para a América do Norte.

Foto: Acervo digital/ UNESP

O monumento registra a data de XV de Novembro de 1889, em que se comemora a Proclamação da República do Brasil, ressaltando o nome de José Cardoso Ramalho Júnior, na época governador do Estado do Amazonas.

A maioria das árvores que cercam a praça são Oitis (Liconia torneto) e Viuvinhas (Pétrea volubili). O piso feito com desenhos em curvas que depois teriam inspirado as calçadas de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro , simbolizam o encontro das águas dos rios Negro e Solimões.

Com sua restauração em 1995, realizada pela Prefeitura de Manaus, foram substituídas as âncoras douradas de adornos das colunas, arrancadas pela ação de vândalos. Para a proteção desse marco, foi colocado um gradil de ferro, mais tarde, retirado durante a reforma da praça São Sebastião ocorrida entre 2003 e 2004. Nessa época, o então Monumento também recebeu iluminação especial.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pesquisa de professora paraense recebe Prêmio ‘Ciência pela Primeira Infância’

O estudo teve o propósito de pautar discussões acerca da garantia dos direitos à população infantil quilombola na Amazônia.

Leia também

Publicidade