“Filho da Amazônia”: Conheça artista que usa o grafite para retratar o amor pela região

Com intuito de resgatar a história e cultura da região, Alessandro Hipz utiliza o grafite como manifestação artística ao retratar, principalmente mulheres indígenas, negras e a Amazônia como um todo.

Nos últimos anos, quem visita ou mora em Manaus, provavelmente deve ter se deparado com uma mudança gradual no espaço urbano: Viadutos e muros nas ruas mais coloridos, manifestações culturais que surgem e transformam a cidade em galerias de arte a céu aberto.

Isso tudo proporcionado pelo grafite, arte urbana que também é um símbolo resistência e manifestação artística fortemente ligada ao hip-hop. Tem ganhado força no exterior e recentemente nos espaços urbanos brasileiros.

Aqui na região amazônica ganha notoriedade e transforma espaços antes invisíveis, em pontos turísticos. Um dos nomes de grande relevância nesse espaço é o artista urbano de graffiti Alessandro Hipz, de 36 anos, que trabalha na área há 20.

Foto: Divulgação/Michael Dantas

Ao Portal Amazônia,  Alessandro diz que acredita que a arte aproxima as pessoas da história da região ao exaltar a cultura e os costumes locais. “Minha inspiração é a Amazônia, nosso povo, retrato mulheres indígenas e negras, mulheres reais, inspiradoras. Pessoas comuns do nosso cotidiano. Nosso povo tem traços lindos e uma cultura riquíssima”, afirma o artista.

 Guardiã da Amazônia

Uma das obras de maior repercussão de Hipz foi a “Guardiã da Amazônia”. Inspirada na indígena amazonense Ira Maragua, de São Gabriel Cachoeira, distante 852 km de Manaus, a arte está localizada na lateral do Hotel Amazonas, no centro histórico da cidade.

Um dos objetivos da obra para Alessandro era resgatar a ancestralidade e origens da região, ao invés de escondê-las. O projeto foi contemplado no edital Prêmio Feliciano Lana de ações emergenciais da Lei Aldir Blanc e foi concluído no primeiro semestre de 2021. 

Além da Guardiã, Alessandro tem outras obras espalhadas pela cidade e até mesmo no interior.  Na série “Santas Amazônicas”, ele fez uma série de representações religiosas. Em suas redes, Hipz declara que não é adepto a nenhuma religião mas que respeita a fé alheia. “Essa pintura fiz em 2016 na vila de paricatuba e em 2020 voltei para restaurar esse trabalho que virou ponto de visitação.
#intoleranciareligiosa é crime.”, escreveu.
 

Foto: Reprodução

 Outra  homenageada, é a popular Patixa Teló. Celebridade entre os amazonenses, Patixa é reconhecida por onde passa. A arte de aproximadamente 3,5 metros,  Patixa está simbolizada num aspecto sagrado de santa. Fica localizada na rua 16, do bairro Alvorada, zona centro-oeste da capital.

Foto: Reprodução

Mas o artista não faz apenas grafites da região. Em 2018, Alessandro foi convidado pela Sony Pictures para ilustrar o  filme “Homem-Aranha: no Aranhaverso“.

Foto: Reprodução

Mais recente, ele participou da reforma do Parque Cidade da Criança, e, de maneira criativa, ressignificou a escadaria do lugar. “A arte tem um papel fundamental nas transformações sociais, a arte transforma territórios, lugares e pessoas. Arte salva, e ela me salvou.”, disse. Veja a seguir o antes e o depois:  

Foto: Reprodução

 Gostou das obras de Alessandro? Outros trabalhos podem ser conferidos através das redes sociais do artista.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Povo Juma luta para sobreviver em meio a invasões e desmatamento no sul do Amazonas

Avanço do desmatamento na região preocupa indígenas Juma, que quase foram exterminados em 1964.

Leia também

Publicidade