A próxima reunião da CPI, na terça-feira (16), será com os depoimentos da assessora jurídica e do Diretor Técnico do Interior da empresa.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Amazonas Energia realizou, nesta quinta-feira (11), no mini plenário Cônego Azevedo – Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), em Manaus (AM), sua 12ª reunião com depoimentos de cidadãos que sofreram arbitrariedades, injustiças e agressões por parte de funcionários da concessionária de energia.
O presidente da CPI, deputado Sinésio Campos (PT), classificou algumas das denúncias como “aterrorizantes”. Um dos depoentes foi o proprietário de um galpão no bairro Jorge Teixeira, Izaquiel Martins da Silva, onde trabalha reciclando plástico. “Paguei minha dívida na Amazonas Energia e quando eles iam religar a energia pediram para eu fazer um cabeamento e barramento. Chamei um amigo para fazer o serviço e, enquanto ele trabalhava, apareceu um carro da Polícia Militar e um carro da Amazonas Energia e nos levaram à delegacia”, relatou.
Ao ser questionado pelo deputado Dermilson Chagas (sem partido) sobre qual justificativa os policiais usaram para o levar, justamente com seu amigo Raimundo Alves da Silva, o depoente respondeu não saber o motivo. “Eles diziam que eu tinha que falar com o delegado. Chegando lá havia uma advogada da empresa e o delegado não quis me ouvir, apenas nos deu ordem de prisão por furto de energia. Fomos no dia seguinte para penitenciária. No total, foram três dias presos. Nunca me senti tão humilhado”, desabafou.
Outro depoimento ouvido pelos parlamentares foi do empresário Marcelo Medeiros, dono de um estabelecimento que tinha débitos com a empresa. “Queriam cortar a energia elétrica da padaria e cobraram propina da minha esposa. Ela não quis pagar e eles realizaram o corte. Minha esposa me ligou porque depois falaram que iam levar o medidor, diziam que havia uma fraude no nosso estabelecimento. Isso é um absurdo, visto que de janeiro a setembro a conta aumentou de R$ 1,7 mil para R$ 3 mil. Nunca fraudamos nada”, declarou.
Como não houve um aviso prévio, o empresário disse que só deixaria que levassem o medidor se deixassem um substituto, mas a equipe não quis. “Eu pedi então um aviso de retirada e eles chamaram duas advogadas e dois supervisores, que queriam levar o medidor. Os funcionários ficaram agressivos e começaram a xingar. Um deles me desafiou e quando andei na sua direção, um técnico da empresa me deu um mata-leão, desmaiei e depois ele fugiu. Tudo isso foi gravado e postado nas redes sociais e mesmo assim depois os funcionários fizeram um Boletim de Ocorrência dizendo que os agredi, um absurdo”, denunciou.
Para o deputado Carlinhos Bessa (PV), os depoimentos demonstram que os funcionários da empresa se sentem livres para cometer delitos: “O que é estranho é que a empresa se garante em alguma coisa. O presidente da empresa tem que ser responsabilizado por essas injustiças”.
Durante a reunião, os deputados aprovaram requerimentos convocando produtores independentes de energia elétrica do Estado e anunciaram que no dia 2 de dezembro será realizada a primeira CPI Itinerante em um bairro da cidade de Manaus (AM) para ouvir a população
A próxima reunião da CPI será realizada na terça-feira (16), no miniplenário Cônego Azevedo da Aleam, às 14h, com os depoimentos da assessora jurídica e do diretor técnico do interior da empresa Amazonas Energia.