Fim do piso para gastos em saúde e educação ameaça SUS e Fundeb, alerta Aleam

O deputado estadual Serafim Corrêa repudiou a Proposta de Emenda à Constituição apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro que prevê a extinção dos valores mínimos a serem aplicados em saúde e educação.

O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial apresentada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que prevê a extinção dos valores mínimos a serem aplicados em saúde e educação. Para o parlamentar, a proposta ameaça a manutenção do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

“Eu quero manifestar o meu repúdio à iniciativa proposta pelo Governo Federal de acabar com o gasto mínimo em saúde e educação. Isso vai significar, em outras palavras, o fim do Fundeb. E os professores sabem o que significará o fim do Fundeb. Será a volta da incerteza dos tempos de riscos dos salários atrasarem. Isso valerá para estados e municípios brasileiros”, disse Serafim durante discurso na manhã desta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Aleam — Foto: Acervo Aleam

“Da mesma forma na área da saúde, porque na hora que não tiver o piso mínimo de gastos em saúde e hoje tendo já é do jeito que é, nós não teremos o SUS. O povo brasileiro nessa pandemia do novo coronavírus teve mais clareza da importância do SUS. Foi ruim com o SUS, mas seria pior se não tivesse o SUS”, avaliou o parlamentar.

O fim do piso setorial valeria para União, estados e municípios. Caso o texto seja aprovado como está, estados e municípios ficariam desobrigados de fazer investimento mínimo nessas duas áreas. Desde 2018, o cálculo do piso para saúde e educação para a União é com base no valor desembolsado em 2017 corrigido pela inflação do período. Para 2021, estima-se R$ 123,8 bilhões para a saúde e R$ 55,6 bilhões para educação.

Para estados e municípios, o piso constitucional varia. Para educação, estados e municípios precisam investir 25% da receita. No caso dos serviços de saúde, é de 12%, para estados, e 15% para prefeituras.

“Nesse sentido, eu cerro fileira ao lado daqueles que são contrários a essa medida e manifesto também o meu repúdio a essa iniciativa do Governo Bolsonaro, de querer desvincular os gastos em saúde e os gastos em educação. Isso será um desastre para o Brasil, nós vamos regredir mais ainda do que já regredimos com tantas decisões equivocadas como as que o governo vem tomando, principalmente, nos últimos meses”, concluiu Serafim.

A PEC Emergencial está programada para ser votada nesta quinta-feira (25), no Plenário do Senado, segundo o relator da matéria, senador Márcio Bittar (MDB-AC). O político defende o fim do piso para gastos em saúde e educação. 

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