O objetivo da bonificação é garantir que estudantes que fizeram o ensino médio no Amapá e em parte do Pará possam ter acesso ao ensino superior público, visto que a instituição do Enem como principal meio de acesso à universidade e os desníveis regionais da educação básica se tornaram obstáculos para quem estuda em estados menos desenvolvidos e disputa vagas com candidatos de grandes centros urbanos. No último vestibular para o curso de medicina, por exemplo, todas as vagas foram preenchidas por estudantes de outras unidades da federação.
O percentual da bonificação foi um dos pontos que dividiram as opiniões dos conselheiros presentes a votação. O texto encaminhado pelo reitor da Unifap, professor Júlio Sá, previa o percentual de 30% de bônus tanto para alunos da rede pública quanto da rede privada. A conselheira Loiana Santana sugeriu 30% para o primeiro grupo de alunos e 25% para o segundo, mas foi voto vencido.
“Essa bonificação tem um aspecto social e econômico muito importante. Não se trata de proteção, mas de correção e justiça, a exemplo das políticas de cotas, que possibilitam o acesso ao ensino superior de seguimentos antes esquecidos ou colocados em segundo plano na política educacional”, diz a pró-reitora de graduação da Unifap, professora Elda Gomes.
Apesar de ser uma novidade no Amapá, a bonificação regional não é exclusividade da Unifap. Várias instituições de ensino superior brasileiras já adotam o sistema como política de inclusão. Desde 2014, por exemplo, a Universidade Federal do Pará (UFPA) oferece um bônus de 10% para todos os alunos de estados que compõem a região norte do Brasil. Além da UFPA, as universidades federais da Bahia, Rio Grande do Norte e de Pernambuco também são exemplos de instituições que trabalham com a bonificação.
Mesorregião do Marajó
A Mesorregião do Marajó compreende os municípios de Afuá, Anajás, Breves, Bagre, Chaves, Curralinho, Cachoeira do Arari, Gurupá, Melgaço, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, São Sebastião da Boa Vista e Santa Cruz do Arari.