São livros bilíngues, impressos em português e na língua materna de cada etnia
As comunidades indígenas de Mato Grosso estão recebendo livros impressos, por meio de um convênio entre a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e o Governo Federal. Serão 5.800 unidades impressas e entregues.
Com a Superintendência de Diversidades Educacionais destravando o convênio com o FNDE, foi possível a impressão dos volumes que serão entregues em cada aldeia.
Trata-se de um material didático específico para a modalidade educação escolar indígena num total de 11 volumes para oito etnias – o povo nambikwara foi contemplado com três troncos linguísticos (sabane, katitaurlu e vale do Guaporé). Foram contemplados também os manoki (irantxe), cinta larga, haliti (paresi), kaiaby, myky, rikbaktsá, terena e pangyjej (zoró).
São livros bilíngues, impressos em português e na língua materna de cada etnia.
“É uma coleção de matemática para os anos iniciais do Ensino Fundamental – do 1º ao 5º ano – um subsídio para atendimento não presencial nas aldeias para o ano letivo de 2021”, destaca o coordenador de Educação Escolar Indígena da Seduc, Lucas de Albuquerque Oliveira.
Conforme Lucas, os livros trazem princípios matemáticos tradicionais de cada etnia e em sincronia com a BNCC. As ilustrações foram produzidas pelos professores de cada etnia.
E-books
Em tempos de tecnologia, os livros serão disponibilizados pela internet – os chamados e-books – gratuitamente. O objetivo é que todos tenham acesso, inclusive os não índios. Os livros foram digitalizados com acesso universal.
Os livros foram desenvolvidos durante a formação de magistério intercultural do Projeto Haiyô da Seduc, ocorrido há quase 10 anos. Desde então, o convênio para a impressão dos exemplares estava parado sendo destravado pela Superintendente de Diversidades Educacionais da Seduc, Lúcia Aparecida Santos.
Sonho
“A impressão e distribuição dos livros é a realização de um sonho. Era um material represado há anos e que a Seduc necessitava com urgência. São poucos os materiais didáticos e paradidáticos existentes à disposição da comunidade indígena, pois a diversidade de etnias é grande”, comemora a superintendente.
No entendimento de Lúcia Aparecida, essa diversidade étnica promove uma complexidade no atendimento da Seduc, pois são materiais diferentes atendendo a cada tronco linguístico.
Como a maior parte das escolas de educação escolar indígena é municipal, a Seduc realizou uma parceria doando exemplares para alguns municípios.
Quatro escolas de Tangará da Serra (230 km a médio-norte de Cuiabá) já foram contempladas e receberam os livros.