Projeto Morrinho chega a Manaus com oficinas artísticas e de vídeos

Microrresidências Morrinho‘, um desdobramento das atividades do Projeto Morrinho, contemplado pelo Rumos Itaú Cultural, realiza residência no bairro Cidade de Deus, em Manaus, desde esta segunda-feira (17). A residência propõe atividades com crianças e adolescentes do local para a confecção de uma maquete e um curta-metragem sobre a realidade do lugar. O projeto surgiu de uma brincadeira de garotos na favela Pereirão, no Rio de Janeiro, virou obra exposta na Bienal de Veneza, na Itália, e no MoMa, em Nova York.

A proposta é trocar experiências com crianças e jovens de periferias brasileiras, abordando o modo de viver nas comunidades, suas diferenças e semelhanças. Essa vivência resulta na construção de uma maquete e de curtas-metragens, como um retrato do local. O projeto já passou pela comunidade Paraisópolis (SP) e Cidade Estrutural (DF). Manaus é a última cidade a ser visitada. Os lugares escolhidos possuem características semelhantes: bairros de baixa renda com pouca penetração da produção cultural.

Foto: Divulgação/Projeto Morrinho

A primeira etapa consiste no levantamento conjunto de características arquitetônicas da comunidade, para que ela seja reproduzida em maquete. Depois é realizado um bate-papo com os adolescentes sobre suas realidades e vivências, para, em seguida, criarem o roteiro do filme e gravarem a encenação com bonecos. Para que isso aconteça são realizadas oficinas de roteiro, filmagem e montagem durante o processo. Tudo é produzido com recursos como tijolos, tintas, materiais reaproveitados e uma câmera de vídeo.

O projeto permanece na Cidade de Deus até o dia 27, data de exibição do curta-metragem e da exposição da maquete, ambos criados pelos participantes. A equipe está trabalhando em parceria com o Impact Hub Manaus e com a Escola Aristophanes Bezerra de Castro, onde será realizada a residência. As atividades são coordenadas pelos artistas Cirlan de Oliveira e Raniere Dias. A direção audiovisual é de Chico Serragrande.

De acordo com o coordenador das microrresidências, Lucas Silveira, os jovens costumam se identificar com os artistas do Morrinho, que cresceram e foram criados em situação bastante semelhante à deles, em um bairro periférico do Rio de Janeiro, dominado pelo tráfico. “A história de superação dos artistas do Morrinho, sem dúvida, é o maior potencial do projeto. São meninos que encontraram na arte um modo próprio e bastante singular de sublimar toda dificuldade da vida”, comenta. 

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