Educadoras utilizam materiais reaproveitáveis para confeccionar as atividades, voltadas à educação especial
Barbante, botões, fitas e papelão. A olho nu, esses materiais não possuem relação entre si, mas, pelas mãos de professoras da Escola Estadual Professora Rosa Cruz, em Benjamin Constant, eles ganham papel fundamental no ensino da Educação Especial, durante a suspensão das aulas presenciais. É através desses itens que alunos com deficiência conseguem desenvolver as suas habilidades de forma segura, em casa e com o acompanhamento dos pais ou responsáveis.
Professora da unidade, Rosângela Rodrigues Teixeira conta que, em 2020, todos foram pegos de surpresa por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e, por isso, sofreram com os desafios que surgiram ao longo do ano letivo. “Era tudo muito novo”, frisou.
Neste ano, porém, o resultado foi diferente. Preparadas, ela e outras quatro educadoras traçaram estratégias pedagógicas para auxiliar os estudantes da unidade, principalmente aqueles com deficiência. Atualmente, a EE Professora Rosa Cruz conta com aproximadamente 500 alunos do Ensino Fundamental (Anos Iniciais), dos quais oito apresentam algum tipo de deficiência, como paralisia cerebral e espectro autista.
“Antes de iniciarmos esse ano letivo, nos sentamos, juntas, e vimos o que podíamos fazer para não repetirmos os ‘erros’ do passado. Foi então que pensamos na produção de joguinhos adaptados para a necessidade de cada estudante”, revelou Rosângela.
A partir daí, ela e as colegas passaram a pegar itens como barbante, botões, fitas, caixas e zíperes e a transformá-los em atividades lúdicas. Uma vez prontos os jogos, o grupo faz a entrega na casa do próprio estudante. “Depois, os pais tiram foto do filho fazendo a atividade proposta e nos enviam. Infelizmente, por conta da pandemia, não conseguimos manter um contato tão próximo, fisicamente, com nossos alunos”, completou a professora.
De acordo com a gestora da unidade, Joselia Silva de Souza, o trabalho com o lúdico, em meio à pandemia, tornou-se essencial para levar aos estudantes com deficiência uma aprendizagem significativa. “A colaboração entre professores da Sala de Recursos, pedagogos e demais educadores da escola se torna primordial para que o trabalho aconteça”, destacou a gestora.
Inspiração
De acordo com Rosângela, a pesquisa para os jogos é feita totalmente na internet, provando que, quando utilizada da maneira correta, a tecnologia pode, sim, ser uma aliada à Educação.
“Essas atividades são muito importantes não somente para os estudantes, mas também para a família. Tem um peso e um significado muito grande os pais poderem acompanhar a aprendizagem dos filhos, porque são conhecimentos e habilidades que precisam ser adquiridos e desenvolvidos, independente de estarem ou não em sala de aula”, acrescentou a professora.
“A confecção dos materiais didáticos está sendo feita aos poucos e, dessa forma, junto à equipe pedagógica, estão sendo verificadas as especificidades de cada criança. Ensiná-las nos mostra que, todos os dias, temos que melhorar um pouco e, assim, aprender para ajudá-las nessa inserção diante da sociedade”, finalizou Joselia.