Lúcia Cristina é diretora da Escola Municipal Waldir Garcia e ao mudar a metodologia de ensino e ressignificar o sentido de educação, chegou à nota 7,4 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb-2019), como uma das melhores escolas de Manaus.
“Sonho com o dia em que todas as escolas vivam uma gestão democrática participativa com foco na educação integral e que sejamos mais valorizados como profissionais da educação”.
Lúcia Cristina Cortez de Barros Santos
“Primeiro é uma realização pessoal e um aprendizado constante pela diversidade e pluralidade cultural dos atores envolvidos no processo. É um desafio lidar com as dificuldades do serviço público, por isso é importante a inovação como forma de lidar e vencer obstáculos. Tendo como objetivo mudar a escola, melhorar a educação e Transformar vidas”, disse.
Após identificar e reconhecer os problemas que enfrentaria como gestora na Escola Waldir Garcia, que fica no bairro São Geraldo, zona Centro-Sul de Manaus, como evasão escolar, baixos índices de desempenho dos alunos, muitos deles deixando de ir à escola para pedir dinheiro na rua, Lúcia resolveu ressignificar o papel da escola na comunidade e se tornou referência como diretora.
“Ser gestora é um atributo de muita responsabilidade, devemos ser exemplo e protagonista de boas práticas, tendo princípios éticos e democráticos como esteio de formação de liderança para toda comunidade escolar. Eu me vejo como uma agente de transformação na sociedade, pois a escola é um espaço privilegiado de transformação. Estimulo o protagonismo infanto-juvenil para que os estudantes possam mudar suas vidas através da educação. Como disse o Paulo Freire, a Educação não transforma o mundo, mas muda as pessoas e as pessoas transformam o mundo”, disse.
Prêmio Educador Nota 10
O Prêmio Educador Nota 10 foi criado em 1998 pela Fundação Victor Civita que, desde 2014, realiza a premiação em parceria com Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho. Reconhece e valoriza professores da Educação Infantil ao Ensino Médio e também coordenadores pedagógicos e gestores escolares de escolas públicas e privadas de todo o país.
“Eu me sinto realizada pelo reconhecimento do meu trabalho realizado ao longo destes anos e feliz por colocar a cidade de Manaus e o Amazonas num patamar de destaque num cenário nacional de Educação”, disse Lúcia sobre a indicação.
Sobre o merecimento, Lúcia ressalta que vencer o prêmio não é só um reconhecimento para si, mas toda a equipe da escola ganha.
“Eu mereço este prêmio por ter implementado um projeto inovador que combate à exclusão e desigualdades sociais, mudou uma escola e alcançou excelentes resultados ao longo destes anos. Quero salientar que este reconhecimento é de toda uma equipe escolar da Waldir Garcia envolvida no processo educacional. Vivo uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade, que garante a todos e a todas o direito de aprender”, pontua.
O projeto finalista coordenado pela gestora é o “Acolher para todos envolver e aprender”, que atua na inclusão de alunos haitianos, venezuelanos, com deficiência e em situação de risco e que são parte da comunidade escolar.
“O projeto assegura o direito de aprendizagem a todas as crianças, sendo que um grande número delas é imigrante. O idioma desafia a inclusão e aprendizagem dos estrangeiros e também a equipe, por isso Lúcia estabeleceu parcerias com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED) e o consulado da Colômbia para oferecer um curso de espanhol a estudantes e professores. A escola também tem aulas de francês crioulo ministrado por haitianos. O que respalda as decisões de Lúcia são estudos regulares com toda equipe, as discussões com o time pedagógico da SEMED, as reuniões com pais e responsáveis, as tutorias e a parceria com universidades. Tudo isso faz com que a gestão seja genuinamente democrática e participativa, impactando resultados como o Ideb (7,4 em 2019), ” conforme Maura Barbosa, que é coordenadora pedagógica na área de gestão escolar na Comunidade Educativa CEDAC e selecionadora do Prêmio Educador Nota 10.
Votação e Premiação
Lúcia está entre os 10 finalistas e é a única representante da Amazônia na disputa final. E por chegar a essa fase do Prêmio, já tem garantido um vale-presente no valor de R$ 15 mil, além de um vale-presente no valor de R$ 1 reais para a escola em que foi desenvolvido o projeto e assinatura digital de Nova Escola de janeiro a dezembro/2021.
Se for a escolhida, além dos prêmios da fase anterior, terá mais um vale-presente para si e para a escola. Ainda não foi divulgada a data de entrega dos prêmios.
A votação segue aberta até o dia 27 de outubro. Para votar, clique aqui.
Veja o pedido: