Professor amazonense lança Dicionário de Educação Física em Libras

Auxiliar os alunos surdos nas aulas de Educação Física. Esse era o objetivo do projeto de pesquisa do professor de Educação Física, Keegan Bezerra Ponce. O professor então criou um dicionário de Educação Física em Libras, para que os alunos possam praticar as atividades e ter o conhecimento da disciplina dentro da Língua de Sinais e, também, da Língua Portuguesa na modalidade escrita.

O projeto, que teve início em 2016, surgiu da necessidade de ensinar os alunos com dificuldade de aprender os conteúdos curriculares em Libras, com o desafio de passar o conteúdo da Língua Portuguesa. Recebeu aporte do Governo do Estado por meio do Programa Ciência na Escola (PCE), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), para ser realizado.

De acordo com Keegan, essas necessidades eram discutidas há anos e a busca pela melhoria na qualidade do ensino em Libras é constante. “A primeira etapa do projeto já foi concluída e agora submeti a segunda etapa nesse novo edital do PCE que está aberto, pois a Libras é uma língua que está sempre em movimento, por isso cada vez mais surge a necessidade de se acrescentar novas palavras de Educação Física ao dicionário, fazendo da nossa pesquisa um estudo constante”, afirmou o professor.

O projeto de pesquisa foi divido em quatro etapas e todas elas tiveram a participação intensiva dos alunos surdos. Na primeira etapa foram selecionados os bolsistas que iriam auxiliar na elaboração do dicionário, juntamente com as palavras de Educação Física utilizadas nas aulas. Também foram selecionados os materiais e espaços para as atividades físicas.

Foto: Divulgação

“Nós realizamos as atividades em vários lugares de Manaus, como por exemplo, a Vila Olímpica, a Arena Amadeu Teixeira, a Arena da Amazônia, dentre outros, e também escolhemos os esportes que fariam parte do dicionário, dentre eles, o futsal, o atletismo e a natação, além das habilidades, técnicas e regras desses esportes, para que tudo fosse inserido no dicionário”, explicou Keegan.

O professor comentou, ainda, que o próprio surdo detentor de Libras pode criar Sinais em sua Língua e, por isso, os próprios alunos criaram e escolheram os sinais em comum acordo entre si. Após escolhidas as palavras e aprendido os sinais, foram realizadas filmagens, pois o dicionário é disponibilizado em DVD.

Benefícios 

Para Bezerra, o projeto já trouxe vários resultados positivos para a comunidade surda e para a educação, pois o material didático serve de auxílio para professores e alunos, para aprender os sinais de Educação Física dentro da regionalidade. Além disso, o vídeo dicionário pode ajudar professores de outras disciplinas que queiram trabalhar conteúdos referentes à Língua de Sinais. 

Foto: Divulgação

“Percebemos, também, que o vídeo didático serve como apoio na formação inicial de professores de Educação Física que irão trabalhar em escolas especiais ou escolas regulares que tenham alunos surdos incluídos nelas. Desta forma, os estudantes surdos das séries iniciais poderão aprender com mais facilidade a Libras”, afirmou.

Parcerias

Além da Fapeam, o projeto contou com a parceria da Escola Estadual Augusto Carneiro dos Santos, onde foi realizada a maior parte das atividades com os alunos, e com o apoio da gestora da escola, Haydée dos Santos Carneiro, e da professora Maria das Graças Abrahim, que contribuíram para a execução do projeto.

“O fomento que recebemos para a realização desses projetos nos ajudam a trazer inovações e melhorias na qualidade de ensino no nosso Estado e, principalmente, na comunidade onde o projeto é aplicado. Isso nos incentiva a realizar mais pesquisas científicas e a submeter mais projetos nos programas oferecidos pela Fapeam, pois percebemos um retorno bem grande por parte de quem recebe um projeto como este”, finalizou o professor.

A segunda etapa do projeto que foi submetida no edital do PCE objetiva confeccionar um Glossário de Educação Física em Libras. A divulgação do resultado com os selecionados no novo edital do PCE está prevista para Junho de 2017.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Xote, carimbó e lundu: ritmos regionais mantém força por meio de instituto no Pará

Iniciativa começou a partir da necessidade de trabalhar com os ritmos populares regionais, como o xote bragantino, retumbão, lundu e outros.

Leia também

Publicidade