Pesquisa analisa relações comunicacionais dos povos ribeirinhos com o meio digital no Amazonas

O objetivo é aproximá-los da universidade, com o intuito de propor instrumentos de viabilização ao direito à comunicação.

Uma pesquisa analisa as relações comunicacionais de povos e grupos em situação de minoria e vulnerabilidade social com o meio digital e, a partir disso, visa aproximá-los da universidade, com o intuito de propor instrumentos de viabilização ao direito à comunicação.

A coordenadora da pesquisa e doutora em Ciências da Comunicação, Marina Magalhães de Morais, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), campus Parintins (distante a 369 Km da capital), explica que o projeto foi responsável por congressos internacionais, lançamento de dois livros, além de atividades de campo nas comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas. 

O projeto intitulado ‘Cidadania Digital’ é desenvolvido no âmbito do Programa Humanitas – CT&I Fapeam.

Foto: Sebastião Nascimento e Marcelo Rodrigo

As oficinas nos territórios investigam, na prática, as concepções acerca da relação das comunidades com as tecnologias digitais na região e junto com as comunidades, produzem novos saberes e produtos midiáticos em colaboração com as tecnologias. Em seguida, ocorre a fase de divulgação para a sociedade dos materiais midiáticos e acadêmicos.

O projeto rendeu também uma exposição fotográfica, fruto de uma oficina ministrada no Quilombo do Matupiri, em Barreirinha (distante a 331 Km da capital), expostas tanto no ambiente acadêmico, quanto devolvidas para a comunidade. E, futuramente, farão parte do acervo de um museu em Matupiri. 

Até o momento, as comunidades mapeadas com as quais desenvolvemos atividades foram Nova Alegria (Terra Indígena Andirá-Marau), do Povo Sateré-Mawé, e o Quilombo Santa Tereza do Matupiri (Barreirinha)”,

disse Marina Morais ao complementar que ainda possui um amplo trabalho em construção com os descendentes dos imigrantes japoneses koutakuseis em Parintins e na Vila Amazônia.

Foto: Sebastião Nascimento e Marcelo Rodrigo

A pesquisa, ainda em andamento, encontra-se nos dois últimos estágios do projeto, na fase de processamento e análise dos dados. Os materiais produzidos a partir do projeto estão sendo difundidos nas redes sociais do projeto (@procidig) e no site do Projeto Cidadania Digital , que está em fase de construção e será lançado em novembro de 2023.

Foto: Sebastião Nascimento e Marcelo Rodrigo

Parceria 

A pesquisadora enfatiza ainda que os recursos obtidos por meio da Fapeam foram destinados à compra de equipamentos, além de possibilitar os trajetos para as comunidades envolvidas, produção dos materiais necessários e oferecimento de bolsas para estimular a dedicação dos estudantes às atividades, impulsionando a formação de novos pesquisadores no Amazonas. 

O projeto ‘Cidadania Digital’ é uma é uma ação que faz parte de uma inciativa em rede, composta por instituições nacionais e internacionais, reunidas no âmbito do ‘Centro Internacional de Pesquisa Atopos’, que desenvolve estudos sobre a apropriação do digital por comunidades tradicionais, em situação de vulnerabilidade social em diferentes países, como Brasil, Itália, França, Portugal, México e Argentina.

Também são parceiros do projeto: a Universidade de São Paulo (Usp), a Universidade Federal de Goiás (UFG) e a Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), por meio do Coletivo Emergências. Em Parintins, na dimensão da sociedade civil, o Instituto Cultural Ajuri (Inca), da Associação Nipo Brasileira de Parintins (ANBP), da Associação Koutaku do Amazonas, da Federação das Organizações Quilombolas do Município de Barreirinha (FOQMB) e Associação dos Kapi e das Lideranças Tradicionais do Povo Sateré-Mawé do Rio Andirá (KAPI). 

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