
O assunto foi discutido no 3° Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena, realizado no Centro Comunitário Athos Bulcão, na Universidade de Brasília (UnB). O evento contou com a participação de 450 pessoas entre representantes e líderes de 18 etnias.“O país sempre teve dificuldades de oferecer políticas públicas para o índio, não somente na área da educação”, disse o coordenador da organização comunitária indígena Aty Guasu, Anastácio Peralta, da etnia Guarani Kaiowá.Segundo ele, só na cidade de Dourados (MS), cerca de 600 crianças e adolescentes indígenas estão sem escola. “Estamos lutando junto ao Ministério Público, prefeitura e lideranças para que tenhamos professores e salas de aula para nossos alunos”, disse.Além da reivindicação de investimentos na educação nas aldeias, outro assunto abordado foi a migração de índios para a cidade a fim de cursar universidade. “Para que nosso povo possa vir até a cidade para fazer um curso de nível superior, é preciso que haja uma estrutura que o receba, além de recursos para o manter durante o tempo de estudo”, ressaltou Anastácio.O fórumPromover o debate e estimular a participação da população indígena no processo de concepção, implementação e avaliação das políticas nacional, estaduais e municipais de educação voltadas a esse público são os objetivos do fórum.”Nos últimos anos estamos vivendo uma situação particular que é muito pouco debate com cidadãos e com a comunidade, as decisões são tomadas, praticamente, na esfera política”, disse o professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) Gersem Baniwa, especialista em educação indígena.
