Na ocasião, Ribeiro destacou o papel do Governo do Amazonas na nova fase da entidade, que adquiriu recentemente o status de fundação, com autonomia administrativa e orçamento próprio. “Fica aqui o agradecimento à equipe do governo Wilson Lima, que tem nos dado um apoio que não posso deixar de citar. O próprio governador veio aqui trazer recursos para que nós não parássemos. Vamos de mãos dadas caminhar muito mais para ampliar isso”, frisou.
Durante o evento, o reitor também reconheceu o esforço da equipe, que trabalhou ao longo desse tempo para tornar a instituição reconhecida internacionalmente. “Esse é um sonho transformado em realidade. Hoje as pesquisas da Fundação têm respaldo internacional e somos chamados para falar em Tóquio, Paris, Nova York, Helsinque e outras universidades”, afirmou.
Segundo Ribeiro, a expectativa para a nova fase da FUnATI é a melhor possível. “Futuramente teremos também o Laboratório de Biogenômica para estudar o envelhecimento do homem da floresta e as alterações celulares em função do meio ambiente. Esse é um assunto que tem despertado a atenção do mundo”.
Ele adianta que o projeto do laboratório, que será o primeiro do Norte e Nordeste, está em análise na Sejusc e na Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) para abertura de processo licitatório. “O governador Wilson Lima já disponibilizou recursos para a instalação do laboratório aqui mesmo na sede da Fundação. A previsão é que as instalações estejam prontas até agosto de 2020”.
Qualidade de vida
O incentivo ao envelhecimento saudável e ativo está entre as missões da FUnaTI, que atua nos segmentos do ensino, pesquisa e extensão. A instituição oferece semestralmente cerca de 3 mil vagas para cursos e oficinas livres, incluindo aulas de informática, línguas, música e artesanato, além de atividades físicas voltadas à terceira idade.
A aposentada Fátima Sales, de 65 anos, frequenta a FUnaTI há três anos junto com a irmã Nilza, de 70 anos. Juntas, elas fazem caminhada e aulas de equilíbrio corporal duas vezes por semana. “Melhorou muito a minha vida desde que comecei a frequentar as aulas. Eu me sinto muito bem, vou para casa alegre e com bastante energia”, disse.
O Grupo de Teatro Renascer é outra atividade bastante procurada na Fundação. Com elenco de 36 alunos, de maioria feminina, o grupo monta a cada dois anos um musical de boi-bumbá e é presença constante nas edições do Fórum Nacional de Coordenadores de Projetos da Terceira Idade. Segundo a diretora de teatro Lilian Machado, o elenco já viajou com o musical para o Paraná, Tocantins, Santa Catarina e Sergipe.
“O teatro melhora a vida deles em vários aspectos, porque tem o poder de trabalhar o lado físico, social e emocional, além de fatores como a memória e a percepção sensorial. Algumas alunas contam que sempre tiveram vontade de fazer teatro, mas eram tolhidas ou pelos pais ou pelos maridos, porque ser atriz era considerado coisa de ‘mulher da vida’. Muitos deles também chegaram aqui em processo de depressão e hoje têm a autoestima elevadíssima”, comentou a diretora.
O Grupo Renascer tem apresentação marcada para esta sexta-feira (22) com o espetáculo “Natal Caboclo”, uma adaptação regional do tradicional auto natalino, com músicas do Raízes Caboclas e de Marlui Miranda. A apresentação gratuita acontece a partir das 9h, no Teatro Jorge Bonates, na sede da Sead, avenida Mário Ypiranga Monteiro, 3.280, Santo Antônio.
Capacitação
As atividades de ensino são outro campo em que a Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade (FUnaTI) é referência. A instituição já capacitou cerca de 360 profissionais das áreas da saúde e assistência social por meio do curso de especialização em Gerontologia e Saúde do Idoso. Há planos ainda para a oferta de graduação, mestrado e doutorado num futuro próximo.
De acordo com a coordenadora de ensino, Kennya Mota, a FUnATI atende em média 2 mil pessoas, entre a pós-graduação, palestras e campanhas educativas. “O problema maior do envelhecimento é a falta de informação. Por isso é que trabalhamos para levar instrução e capacitação para profissionais, familiares, educadores, dentre outros, para que eles saibam lidar com as questões do envelhecimento em todos os seus aspectos: biológico, psicológico, social e espiritual”, afirma, destacando as parcerias com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam), com a UEA, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a Secretaria de Estado de Administração e Gestão (Sead).
“Damos especial atenção a quem trabalha no atendimento ao público da terceira idade nos Caimis (Centros de Atenção Integral à Melhor Idade), hospitais e policlínicas. Trabalhamos para desmistificar a velhice, que ainda é vista como uma fase ruim, de doenças e pouca produção. O idoso não é uma criança que envelheceu, é um cidadão com uma história e peculiaridades. Aqui mostramos que a pessoas podem envelhecer e continuar participando da vida social e das decisões familiares”, completou Kennya.
Estrutura
A Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) foi criada inicialmente como núcleo da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e mais tarde passou a ser Órgão Suplementar, por meio da Lei nº 3.595/2011. Por oito anos, funcionou em um anexo da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA), e em 2015 ganhou sua atual sede, no Santo Antônio, com estrutura que hoje abrange dez salas de aula, incluindo salas de música e dança, além de ambulatórios, auditório e laboratórios de informática.