Estudo de pesquisadores da Amazônia sobre tratamentos para regeneração natural de florestas recebe prêmio internacional

O artigo investiga o efeito a médio prazo de tratamentos silviculturais de pós-colheita na sobrevivência.

O artigo “Tratamentos silviculturais pós-colheita em clareiras de exploração florestal: efeitos a médio prazo de espécies comerciais sob condução do plantio e condução da regeneração natural” foi o premiado na linha de Ecologia e Manejo de Florestas Tropicais do RULA Awards. O estudo é uma colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal da Amazônia (UFRA) e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
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O artigo investiga o efeito a médio prazo de tratamentos silviculturais de pós-colheita na sobrevivência. (Foto:Divulgação/UFPA)

Publicado em 2019 na revista científica Forest Ecology and Management, o artigo foi desenvolvido pelos pesquisadores Gustavo Schwartz e José do Carmo Alves Lopes, da Embrapa Amazônia Oriental, em parceria com o doutorando Raphael Lobato Prado Neves, da UFRA, e o professor Fábio Miranda Leão, da UFPA.

“Objetivamos, no artigo, investigar o efeito a médio prazo de tratamentos silviculturais de pós-colheita na sobrevivência, no crescimento e na estrutura das espécies comerciais, tanto as plantadas quanto as de regeneração natural, ambas conduzidas em clareiras provenientes de exploração florestal de impacto reduzido. Estes tratamentos poderão auxiliar em uma mais rápida produção madeireira associada com a conservação de espécies comerciais”, explica o professor Fábio Leão.

Foi observado, durante a pesquisa, que, com os tratamentos, tanto o enriquecimento quanto a condução da regeneração natural de espécies comerciais em clareiras indicaram maior sobrevivência e um maior e mais rápido crescimento, quando comparados aos procedimentos padrões da exploração de impacto reduzido. “Esses resultados são muito positivos para otimizar a colheita delas ou de outras espécies comerciais nos próximos ciclos de corte, se tornando, assim, um sistema mais sustentável para as florestas tropicais”, disse o professor.

Os resultados também trazem grandes benefícios diretos e indiretos à sociedade, de acordo com o docente. “Aqueles trabalhadores da empresa que, em período chuvoso, quando geralmente são demitidos da empresa por não estar havendo colheita e estarem no período de embargo, têm a chance de se manter trabalhando em campo aplicando as metodologias. E indiretamente toda a sociedade se beneficia do potencial que os tratamentos silviculturais pós-colheita possuem, pois é uma maneira de aliar a conservação das espécies com a produção madeireira”.

Segundo Fábio, receber o prêmio é o resultado de um esforço e dedicação de todos os participantes da pesquisa desde o seu início, em 2006. “Todos estamos extremamente honrados pelo reconhecimento internacional e acreditamos que o prêmio dará maior visibilidade ao trabalho. Esperamos poder contribuir para que as gerações futuras tenham também o privilégio de usufruírem dos recursos florestais da mesma forma que as anteriores”.

O artigo pode ser lido, em inglês, aqui.

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