Manaus foi uma das sedes brasileiras da maratona de programação International Space Apps Challenge. As equipes finalistas seguem para etapa global.
O Dia das Crianças foi especial para Helena e Sofia Castello Branco, de 9 e 11 anos, respectivamente. A dupla de irmãs foi responsável pelo projeto vencedor da etapa local do Nasa Space Apps Challenge, considerado um dos maiores hackathons do mundo, e realizado no entre os dias 2 a4 de outubro pelo Manaus Tech Hub. O resultado foi divulgado nesta segunda-feira (12).
A competição, que é realizada simultaneamente em todo o mundo, acontece desde 2018 na capital amazonense, através do espaço de inovação aberta Manaus Tech Hub (fundado e mantido pelo Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia). Este ano, os trabalhos foram totalmente virtuais por conta da pandemia.
Das sete equipes formadas em Manaus, apenas duas chegaram até o final dos desafios, com a apresentação de propostas de projetos. “As maratonas de programação acontecem em formatos presenciais há muito tempo e é evidente que o desafio de fazer esta edição totalmente online foi grande. Para nós, é fantástico ver como as crianças são criativas e inovadoras, com ideias excelentes para um futuro mais humano, leve e conectado“, afirmou Jacqueline Freitas, gestora do Manaus Tech Hub.
Entre os 22 desafios propostos pela Agência Espacial Americana (NASA) para serem solucionados em até 48 horas, a equipe vencedora, intitulada “Space Friends“, escolheu a criação de uma mascote virtual.Assim surgiu “Gibby“, um assistente virtual para crianças e jovens entre 5 e 16 anos.
Com capacidade de processar uma grande quantidade de informações obtidas pela NASA sobre o espaço e o planeta Terra, o desenho foi inspirado no formato da cápsula Dragon, que recentemente levou astronautas da Nasa para a Estação Espacial Internacional (ISS).
“A gente viu umalive da Nasa e percebemos que a cápsula Dragon tinha dois olhinhos e uma boquinha [sic]. Comecei a desenhar um foguete, mas a Sofia lembrou da cápsula e tivemos a ideia de serela o mascote. Eu comecei a desenhar a capa, o cinto e a Sofia os pés e braços“, explicou Helena, 9, sobre o processo de produção.
Apesar de cansativo, de acordo com o pai, a participação foi importante para toda a família. “Foi um fim de semana tenso, elas se cansavam. Eu e minha esposa perguntamos se elas queriam desistir e elas não quiseram”, comentou Roderick. “Elas fizeram toda a filmagem em stop motion, os letterings do vídeo.Nem sabia que [elas] podiam fazer aquilo.Nos impressionamos com a capacidade que elas desenvolveram, a habilidade digital que parece fazer parte dessa geração. Isso vai ficar marcado na cabeça delas durante muito tempo.“
Já o segundo colocado foi o time “Save People of Earth”, que desenvolveu um projeto teórico de aplicativo móvel, com a missão ajudar a conscientizar cidadãos, desde a escola, a criarem um pensamento positivo para o futuro da humanidade.
Ambos seguem para as próximas etapas globais da competição. A incubadora da Nasa anunciará os finalistas em dezembro, e a divulgação do resultado será em janeiro de 2021. As seis equipes vencedoras terão como prêmio conhecer a sede da agência espacial nos Estados Unidos.
Além do trófeu 3D desenvolvido pelo Sebraelab, parceiro na organização do evento, a equipe vencedora da etapa regional ganhou uma visita ao Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia, para conhecer os produtos e processos tecnológicos desenvolvidos pelo instituto.
A organização em Manaus também contou com apoio da Fundação Rede Amazônica, através do selo Acelera Amazônia, e já planeja a edição do ano que vem, confirmada para os dias 2 e 3 de outubro de 2021.