Com os resultados negativos do comércio (-10,6%) e da indústria (-10,8) amazonense em 2016, a atividade de serviços também fechou o ano em queda. Nos últimos doze meses, o setor no Amazonas registrou o segundo pior desempenho do país com recuo de 13,8% no ano passado, aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo os dados divulgados nesta quarta-feira (15), o resultado ficou atrás apenas do Amapá que acumulou uma perda de 15%. A média nacional foi de –5%. Por outro lado, o Amazonas fechou o ano em dezembro com crescimento de 3,4% na comparação com o mês anterior. No entanto, o setor voltou a cair em relação a dezembro de 2015 recuando 6,9%.
A presidente da Associação de Bares e Restaurantes do Amazonas (Abrasel-AM ), Lilian Guedes, atribuiu os índices negativos a polarização da economia local no Polo Industrial de Manaus (PIM). Ela comenta que a atividade de serviços e comércio dependem em grande parte da indústria para crescer e se manter no mercado. “Temos uma economia voltada ao segmento da indústria que com a crise sentiu mais que outros Estados e demitiu milhões de trabalhadores, afetando outras atividades dependentes do setor como transportes e alimentos. Quando a indústria caiu, a prestação de serviços parou e o setor produtivo também diminuiu”, explicou Lilian destacando que, com isso houve uma ‘bola de neve’ entre as atividades econômicas.
De acordo com a pesquisa, a variação acumulativa de janeiro a dezembro de 2016 apontou redução de 13,8%, em comparação com 2015. O resultado foi o segundo maior expressivo entre os outros Estados brasileiros. Apenas no mês de dezembro, o volume do setor de serviços apresentou avanço e cresceu 3,4%, frente a novembro, na série com ajuste sazonal.
Na avaliação do economista, Francisco Mourão Júnior, os números negativos registrados pela atividade de serviços amazonenses são resultados do desequilíbrio econômico e político durante o ano passado. “Devido ao cenário instável com o impasse político e o ambiente da inflação e juros em alta atingiram o poder de compra da população e consequentemente o consumo no setor de serviços”, disse o especialista.
Projeção positiva
Até o primeiro semestre deste ano, os índices negativos de 2016 devem dar espaço para a estabilização do setor de serviços no Amazonas. Lilian comenta que fatores climáticos somados à sensação de insegurança, decorrente de rebeliões nos presídios do Estado, assaltos e os chamados‘arrastões’ prejudicaram o movimento no setor de gastronomia na primeira quinzena de janeiro. “Os bares e restaurantes noturnos foram os mais afetados, porque com esses fatores as pessoas saem pouco de casa para comer ou optam por delivery”,afirma a presidente acrescentando que apesar disso, houve uma melhora no fechamento do primeiro mês de 2017.