Reabertura da Matriz causa expectativas nos comerciantes da capital


Três dias após
a inauguração da Praça XV de Novembro, popularmente conhecida como Praça da Matriz, na última quarta-feira (14), comerciantes do entorno do logradouro têm opiniões divergentes sobre o possível aquecimento econômico na região após a entrega da praça pela prefeitura, depois de anos em obras. Itens como falta de segurança e estacionamento, ainda são apontados como fatores negativos para o bom funcionamento da área.


Boas expectativas

Trabalhando próximo ao Relógio Municipal, o gerente do Shop do Pé, Jucinaldo Ramos, crê que a reabertura da praça pode aumentar o fluxo de entrada de clientes nas lojas do Centro. “Espero que melhore, porque estávamos parados. As pessoas tinham receio até de passar por aqui. E de ontem para cá percebemos um aumento no fluxo de pessoas circulando na nossa loja, voltando a ser o que era antes de fecharem a praça”, comentou. 
Já para a gerente da loja de roupas Tropy, Marlene Pinheiro, a inauguração gera a expectativa de um retorno econômico de 30% nas vendas. “Durante as festas de inauguração, e hoje (quinta-feira) vimos a diferença na movimentação, com mais pessoas visitando e comprando em nossa loja. Mas para manter esse rotatividade de clientes no Centro, a praça precisa estar sempre segura e limpa, porque sem segurança, as pessoas param de vir e, consequentemente, de comprar”, salienta. 

Foto: Diego Oliveira/Portal Amazônia

Desconfiança

Não tão animado quanto ao aquecimento das vendas com a abertura da praça, está o proprietário da Drogaria Preço Certo, Bruno Nascimento, para quem a revitalização não irá alterar em nada a movimentação e as vendas dos lojistas do entorno. “A abertura da Matriz não vai fazer com que as pessoas venham para o Centro gastar, mesmo porque há muitos problemas ainda, como a falta de lugar para estacionar, e quando se encontra, os flanelinhas cobram muito caro. Fora a falta de segurança, porque as pessoas ficam muito receosas de circular por essa área. Na reabertura da matriz (quarta-feira), nós abrimos, mas mesmo assim, o movimento foi fraco”, lamenta. 

Outra questão levantada por Bruno, é de que as pessoas estejam preferindo fazer as compras em seus bairros. “Está sendo muito difícil as pessoas saírem de seus bairros para virem comprar no Centro. Essa região deixou de ser aquele ponto atrativo para compras. Uma vez que existem shoppings e centros comerciais em todas as zonas da cidade minando a circulação de pessoas por aqui. E o que mais se ver aqui no Centro, são pontos comerciais com placas de ‘aluga-se'”, apontou.   

Bruno também questionou sobre a segurança da praça. “Qual a ideia dessa praça ter grades nos seu entorno? Essa estrutura deixou as pessoas receosas de entrar nela à noite. Deveria ser um espaço livre, iluminada e com segurança ostensiva e à paisana a toda hora do dia”, disse. 
   
Estacionamento

Além dos poucos vendedores de picolé, dentro da praça existe uma empresa de estacionamento privado que funciona de segunda a sábado, a AG Park. Para o gerente da empresa, Adriano da Cruz, a abertura da praça ainda não convenceu quem precisa estacionar a usar seus serviços, sendo o estacionamento de rua e os flanelinhas, seus principais concorrentes. 

“Aqui cabem 70 carros, mas depois que liberaram o trecho da Eduardo ao lado do Relógio Municipal, tivemos uma queda significativa no rendimento. E isso aconteceu porque nas ruas as pessoas pagam um preço mais em conta do que aqui com a gente, tornando-se uma concorrência desleal”, reclama.  

A empresa trabalha na cobrança do estacionamento  da praça por R$ 6 a hora, bem como cobrando em diária e mensal. “Mas quem vem a igreja não é cobrado nada. Só para quem faz compras no centro”, ressalta.
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