Qualificação favorece vagas no varejo de Manaus

O comércio foi o setor que mais criou postos de trabalho com carteira assinada no Amazonas em 2017. Nos últimos 12 meses, o setor contabilizou o saldo positivo de 2.322 postos de trabalho, resultado entre as admissões formais e desligamentos. Em 2016, a diferença foi -3,5 mil trabalhadores com carteira assinada. Já a construção civil registrou o pior saldo entre os segmentos no período, com 1.456 dispensas de mão de obra. Ao todo, o Estado encerrou 131,9 mil vagas e abriu 132 mil, com saldo modesto de 78 novas vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL Manaus), Ralph Assayag, explica que em 2016 houve muitas demissões que resultaram no fechamento de 800 lojas e no volume menor de contratações. No entanto, segundo ele, fatores como o pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) contribuíram para queda na inadimplência, o que movimentou o comércio e estagnou as demissões, principalmente a partir do segundo semestre de 2017.

 “Além disso, a própria reforma trabalhista do governo federal permitiu uma melhor reação de contratações de temporários no último trimestre do ano. Nesse período, também inaugurou um shopping em Manaus com mais de 500 novos empregos diretamente, o que contribuiu para o setor contratar entre 1,5 a 1,8 trabalhadores temporários no fim de ano”, disse Assayag ao destacar que, a estimativa é de que, pelo menos 30% desse volume seja efetivado pelo comércio.

De acordo com o empresário, os cargos de operador de caixa e vendedor foram os que mais contrataram e a qualificação profissional foi o diferencial na hora da seleção. “No ano passado, o processo seletivo foi mais criterioso e filtrado, priorizando por exemplo, quem tivesse mais preparo e especialização na área concorrida do que a faixa etária”, comenta.

Para o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), José Roberto Tadros, os números positivos do emprego no ano passado, refletem uma estabilização do país. “Isso representa um pré-arranco para retomada do crescimento econômico e para a redução da taxa de desemprego”, afirma.

Segundo o Caged, em 2017 houve 38.139 mil admissões formais no comércio contra 35.8817 mil desligamentos, um saldo de 2,322 mil novas vagas. A variação foi de 2,40%. Em 2016, a diferença entre contratações e demissões foi negativa de 3.516 vagas. O bom resultado foi puxado pelo varejo, que contratou mais 30 mil pessoas. Em relação a dezembro de 2017, o setor admitiu 3.022 pessoas e demitiu 2.782, fechando o período com saldo positivo de 240 postos de trabalho. Conforme o levantamento, o setor é seguido pelo serviço de utilidade pública (+ 109 vagas) e extrativa mineral (+10 vagas).

Foto: Walter Mendes / Jornal do Commercio

Atividades que mais perderam vagas 

Todos os outros setores eliminaram postos de trabalho formais em 2017, com destaque para a construção civil, que registrou o pior saldo entre os segmentos que demitiram com 1.456 dispensas de mão de obra. No ano, foram 11.111 mil admissões formais contra 12.567 mil demissões, uma variação de -6,08%.

Na avaliação do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM), apesar do índice ainda ser negativo, os números já mostram uma diminuição expressiva quanto ao fechamento de postos de trabalho, uma vez que, em 2016 o setor teve saldo negativo de 2.362 vagas.

Em seguida, o setor da indústria de transformação registrou o segundo maior volume de perdas de emprego no Estado. Em 2017 o segmento contratou 29.767 pessoas e demitiu 30.342 colaboradores, com o saldo negativo de 576 postos de emprego. A variação negativa foi de 0,57%. No ano anterior, a diferença entre as admissões e os desligamentos do pátio industrial foi bem maior, ao totalizar 6.240 vagas, uma variação de quase -6,0%.

Balanço 

Ao todo no ano, o Amazonas encerrou 131,954 mil vagas e abriu 132.032 mil, com saldo modesto de 78 novas vagas. Em 2016, o número de admissões foi de 136.414 mil contra 154.462 mil empregos e saldo negativo de mais de 18 mil encerradas em todo o Estado.

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