Nos últimos doze meses, a produção industrial do Amazonas registrou o segundo pior desempenho do país aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo os dados divulgados nesta terça-feira (7), a indústria amazonense recuou 10,8% em 2016. O resultado ficou atrás apenas do Espírito Santo com queda de 18,8%. Já a média nacional foi de -6,6%. O setor também fechou o ano em dezembro com retração de 2%, na comparação com o mês anterior. Apenas na comparação com dezembro de 2015, o Amazonas cresceu e avançou 3%, com seis das dez atividades pesquisadas assinalando aumento na produção.
De acordo com o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, os índices negativos foram gerados pela crise aguda que teve pico nos últimos anos no Brasil. “Infelizmente é a realidade do nosso país e o cenário continua preocupante de modo geral. Este ano ainda será difícil porque nem todos os setores estabilizaram”, disse.
Segundo o IBGE, o índice acumulado de janeiro a dezembro de 2016 apontou redução de 10,8%, terceiro ano seguido com taxa negativa. No entanto, o resultado tem menos perda acentuada do que 2015, quando registrou -17,2%. Com mesmo índice acumulado nos últimos doze meses, o setor manteve a trajetória ascendente verificada em junho de 2016 (-18,1%), julho (-17,1%) e agosto (-16,6%) e, assinalou a taxa negativa menos elevada desde março de 2015 (-10,7%). Em relação a novembro de 2016, a indústria do Estado registrou queda de produção na ordem de 2%, depois de avançar 4,1% no penúltimo mês do ano. Já a nacional assinalou crescimento de 2,3.
O vice-presidente do Sindicato da Indústria de Aparelhos Eletroeletrônico e Similares de Manaus (Sinaees), Celso Piacentini, reforça que os indicadores negativos da produção industrial não são surpresa para o setor. “O resultado já era esperado e é reflexo do momento de crise que o Brasil ainda está se recuperando. O produto de consumo do Polo Industrial de Manaus (PIM) é o primeiro que sente e o último a se recuperar na economia por não ser prioridade para o consumidor”, afirmou.
Por outro lado, na comparação com dezembro de 2015, a produção registrou alta de 3%, após também crescer em novembro (4%), quando interrompeu 31 meses de taxas negativas consecutivas neste tipo de confronto. Nesse período, o setor industrial registrou aumento na produção nas seis das dez atividades pesquisadas. “Não pode dizer que é tendência e para falar que vai se recuperar, tem que ter no mínimo três períodos (meses) seguidos de um perfil de alta”, explicou Piacentini.