No período de janeiro a setembro deste ano o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM) registrou 10 mil rescisões contratuais, número que representa uma redução de 23,8% no volume de desligamentos em relação a igual período do ano anterior quando 13.140 trabalhadores foram dispensados das fábricas do PIM (Polo Industrial de Manaus). Na comparação aos nove meses de 2015 houve queda de 57% nas demissões. Os subsetores que apresentaram maior índice de demissões foram o de duas rodas e o de eletroeletrônicos.
Conforme o levantamento do Sindmetal, no período dos nove meses do ano as empresas que apresentaram os maiores índices de desligamentos foram a Samsung Eletrônica da Amazônia Ltda (785), a Moto Honda da Amazônia (711), a Salcomp Indústria Eletrônica da Amazônia Ltda (616) e a Robertshaw (474).
De acordo com o presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Wilson Périco, os desligamentos vão continuar acontecendo, ainda que em menor expressividade, até que a economia e consequentemente o consumo se estabilizem, resultando em impulso produtivo. Ele considera que o cenário sinaliza a estabilidade.
Segundo o empresário, além da análise do acumulado dos meses é preciso verificar os resultados das homologações mês a mês para concluir se há ou não estabilidade no nível de emprego. Os números do Sindmetal mostram que nos últimos quatro meses a média mensal foi de 800 desligamentos, enquanto nos primeiros cinco meses de 2017 a média chegou a mil rescisões mensais.
“O ritmo de demissões vai cair até chegar ao ponto em que a situação estabilize. Depois, o nível de emprego voltará a crescer porque a tendência é a estabilidade. A economia dá sinais de melhora, logo, há o resgate da confiança do consumidor e isso só é possível acontecer quando a pessoa não tem medo do desemprego. Somente a partir da confiança a pessoa vai consumir bens duráveis, que é o que produzimos no PIM”, disse.
Périco afirmou que mediante os resultados de queda no índice de demissões dos últimos meses é possível prever melhores resultados para o final do ano. Na avaliação do vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, a redução no volume de demissões é uma resposta aos resultados da economia nacional e local.
Ele destaca as ações do governo federal, como por exemplo a aprovação da reforma trabalhista e as medidas adotadas pela equipe econômica como medidas fundamentais para a retomada da confiança do consumidor e também do empresário que estuda investir na capital amazonense.
“Vemos o início de uma estabilidade, o que acontece em resposta às mudanças no cenário econômico nacional. Porém, é preciso entender que o problema ainda não acabou e a melhora é fruto das ações de governo. Algo positivo é ver a retomada da confiança dos empresário e do consumidor. Outros fatores contribuintes foram a liberação dos pagamentos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e os pagamentos da primeira parcela do 13º salário feitos pelas esferas municipal e estadual, recursos que geraram consumo e foram injetados no comércio”, analisa. “A situação poderia estar bem melhor se não fosse a continuidade do imbróglio político”, completou.
No mês de setembro as empresas que registraram maior ocorrência de desligamentos foram: Samsung da Amazônia (83), GBR da Amazônia (73), Dixtal Biomédica Indústria e Comércio Ltda (53), Flex Importação e Exportação Indústria Comércio de Máquinas e Motores (34), dentre outros.
Na análise entre os nove meses do ano, o mês que apresenta maior quantitativo de desligamentos é março com pouco mais de 1,7 mil demissões. A lista mensal mostra os seguintes números relacionados às demissões: janeiro (637), fevereiro (1.438), março (1.711), abril (1.165), maio (1.470), junho (757), julho (687), agosto (1234) e setembro (906).
No mês de agosto o Sindmetal contabilizou mais de 9 mil homologações.
Instalado há cerca de três anos, o projeto tem sido um exemplo de como a parceria entre a tecnologia e a assistência técnica especializada pode transformar a vida dos produtores.