Horas extras têm alta no Polo Industrial de Manaus

A proximidade do final do ano impulsiona a produção das fabricantes do Polo Industrial de Manaus (PIM). O  Ministério do Trabalho e Emprego do Amazonas (MTE/AM) registrou, nos últimos dois meses, crescimento estimado em 12% na quantidade de horas por jornada de trabalho, em relação às atividades exercidas pelas empresas no primeiro semestre deste ano.

Conforme o ministério, as indústrias também informam sobre a contratação de mão de obra sob a justificativa de atendimento à demanda crescente e ainda, em preparação às vendas previstas para o período de realização da Copa do Mundo de 2018. Boa parte dos documentos informativos enviados ao MTE são provenientes dos segmentos eletroeletrônico e de duas rodas.

Foto: Walter Mendes/Jornal do Commercio
De acordo com o superintendente Regional do MTE/AM, Gilvan Motta, desde o mês de julho as empresas do PIM começaram a enviar pedidos de autorização para a extensão da jornada de trabalho com a realização de horas extras nos dias de sábado, domingo e também nos feriados. Ele afirma que nos documentos as empresas justificam o aumento na demanda produtiva e também informam sobre a contratação de novos colaboradores.

Motta informou que neste mês a fabricante Panasonic da Amazônia solicitou autorização para aumento de horas trabalhadas e informou a contratação de 149 pessoas, com previsão de novas admissões em outubro. Ele ainda citou a geração de 280 novos postos de trabalho decorrentes da implantação da fábrica Boreo Indústria de Componentes, inaugurada nesta semana na capital.

Compõem a lista de empresas que tiveram aumento nas horas trabalhadas: Moto Honda da Amazônia, Showa do Brasil, Panasonic da Amazônia, Jabil do Brasil, Climazon Industrial Ltda e Samsung Eletrônica da Amazônia.

“As empresas do PIM atendem à maior parte da demanda do mercado interno relacionada aos produtos eletroeletrônicos, celulares, ar-condicionados, dentre outros. A proximidade do final do ano resulta no aumento dos pedidos e consequentemente no impulso produtivo e para atender aos pedidos as fábricas solicitam autorização para estender a jornada de trabalho e também passa a contratar nova mão de obra. Outra justificativa citada pelas empresas é a preparação para atendimento às vendas do período da Copa do Mundo de 2018. Acredito que teremos ótimos resultados para a indústria na divulgação do Caged referente ao mês de setembro”, expressou. “Estou otimista porque os números mostram que estamos em um processo de crescimento contínuo, pequeno, mas gradativo, com geração de empregos”, completou.

Segundo o superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Appio Tolentino, as fabricantes também têm enviado informações sobre novas contratações à autarquia. Ele afirma que nas primeiras semanas de setembro uma indústria do setor eletroeletrônico informou sobre a admissão de 250 pessoas. Há previsão de a mesma fabricante empregar mais 450 colaboradores antes do final do ano. O projeto da indústria será apresentado na próxima reunião do  Conselho de Administração da Suframa (CAS).

O superintendente destacou que o plano de ações desenvolvido pela autarquia, que tem como foco a atração de indústrias estrangeiras para operação no polo industrial da capital e a prospecção de mercados estrangeiros para o envio de produtos regionais, contribuirá expressivamente para a retomada da geração de emprego no PIM.

“Nosso trabalho tem como foco a abertura de novos mercados para a ZFM. Se quisermos retomar o nível de emprego, será preciso trabalhar algo diferente. Não se pode mais pensar somente em atendimento às regiões Sul e Sudeste, mas é preciso, também atender ao mercado externo”, disse. “Devemos ser um órgão de desenvolvimento. Acreditamos que podemos acelerar essa tomada de crescimento de forma mais rápida do que o próprio Brasil porque estamos começando a nos voltar ao mercado externo. Temos missões já agendadas para o Peru e para a Colômbia”, adiantou.

Tolentino informou que dentro do projeto iniciado pela autarquia neste mês, a proposta também é estudar a viabilidade logística para o escoamento de produtos regionais com rota passando por Tabatinga em direção ao Pacífico, pelo Peru. “Vamos mostrar as potencialidades da Zona Franca e trabalhar o conhecimento do transporte multimodal da Amazônia”, citou.
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