Economia criativa em ascensão no Amazonas

Foto: Reprodução/Shutterstock

A união entre criatividade, inovação, expressões artísticas e culturais no meio econômico resulta no conceito de economia criativa. A atividade, no Amazonas, aos poucos ganha expressividade. Segundo o Serviço Brasileiro de Apoio as Micros (Sebrae-AM), atualmente, apenas 30% do total de empreendimentos cadastrados compõem o novo segmento. Na análise da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores(Anproteco Estado, que é representativo no ramo da biodiversidade, precisa fomentar projetos que unam cultura e tecnologia, e ainda, estimular a criação de startups para obter melhores resultados quanto à economia criativa.De acordo com o vice-presidente da Anprotec, José Alberto Aranha, a economia criativa representa, hoje, cerca de 5% do PIB (Produto Interno Bruto), tendo o Rio de Janeiro como o Estado onde as atividades acontecem com maior força. Porém, ele destaca que todas as cidades que apresentam fortes atividades turísticas consequente mente geram ações classificadas como economia criativa.
Segundo Aranha, todas as atividades que decorrem de eventos ou do turismo, que têm como ponto inicial a criatividade somada à tecnologia podem ser consideradas como um segmento econômico criativo. Ele exemplifica os festivais musicais e o carnaval como meios de geração de renda nos quais o empreendedor necessita utilizar o conhecimento para trabalhar. “A economia criativa não se esgota. Podemos falar do petróleo, por exemplo, que é algo que pode acabar em algum momento. Mas, esse tipo de economia é inesgotável porque é baseada no raciocínio, na criatividade e no conhecimento. Há uma tendência crescente do avanço da automatização e robotização dos maquinários e como o homem vai concorrer? Em qual espaço? Só poderá concorrer por meio de sua criatividade”, explicou.

Criatividade no DNA da geração Y
Conforme o vice-presidente, o perfil de quem atua na economia criativa, hoje, delineia o jovem midiático que demonstra interesse pelos diversos meios de comunicação e ferramentas tecnológicas. “É uma tendência que está no DNA de boa parte da juventude. É a geração Y. O designer e a comunicação estão cada vez mais juntos à informática e isso gera a força da economia criativa a partir de criação de games”. Para Aranha, o Amazonas ainda deixa a desejar quanto ao fomento às iniciativas que unem cultura e tecnologia, as startups. Ele afirma que o Estado é reconhecido nacionalmente como um forte incentivador ao desenvolvimento de projetos voltados à biotecnologia. “É necessário unir a raiz cultural à tecnologia. É preciso ter incubadoras que estimulem essas startups. O jovem precisa de ambiente propício para desenvolver as atividades, caso contrário, ele precisará sair do Estado em busca de lugares que o permitam elaborar seus trabalhos. Logo, o Estado perde o capital intelectual e competitividade”, disse.Cenário mundialO Relatório de Economia Criativa 2013 informa que o comércio mundial de bens e serviços criativos totalizaram um recorde de US$ 624 bilhões em 2011 e mais do que duplicou entre 2002 e 2011. Além disso, nesse mesmo período, as exportações de produtos do segmento registraram aumento médio anual de 12,1% nos países em desenvolvimento.Outro dado da publicação mostra que a contribuição de atividades culturais privadas e formais representa, em média, 5,2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 40 países pesquisados pela Unesco. Como exemplo, são citados países como Bósnia e Herzegovina, com contribuição da indústria criativa em 5,7% do PIB, Equador (5%), Argentina (3,5%) e Colômbia (3,4%).
Além dos benefícios econômicos, a economia criativa também contribui significativamente para o desenvolvimento social. Seu potencial para gerar bem-estar, autoestima e qualidade de vida em indivíduos e comunidades, por meio de atividades prazerosas e representativas das características de cada localidade, estimula o crescimento inclusivo e sustentável, defende a publicação. 
Cenário nacional
No Brasil, a contribuição dos segmentos criativos foi de 2,7% do PIB em 2011, segundo estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro(Firjan), em 2012. A instituição tomou como base a massa salarial gerada por empresas da indústria criativa naquele ano. O resultado coloca o Brasil entre os maiores produtores de criatividade do mundo, superando Espanha, Itália e Holanda. No entanto, há um longo caminho a ser percorrido para que o país alcance o patamar do Reino Unido, da França e dos Estados Unidos, onde a economia criativa é bastante expressiva.
O estudo da Firjan aponta ainda que o mercado formal de trabalho do setor é composto por 810 mil profissionais, o que representa 1,7% do total de trabalhadores brasileiros. O segmento que mais emprega mão de obra é o de Arquitetura e Engenharia, com 230 mil trabalhadores, seguidos de Publicidade e Design, que emprega 100 mil profissionais cada. A cadeia da moda também aparece em destaque no estudo, tendo em vista que responde por quase 30% da cadeia da indústria criativa, com 620 mil estabelecimentos no país. Devido ao potencial de crescimento da economia criativa no Brasil, foi implantada em 2011 a Secretaria da Economia Criativa sob o comando do Ministério da Cultura. Sua missão é conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micros e pequenos empreendimentos criativos brasileiros.
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