Chuvas prejudicam vendas no comércio de Manaus

As ocorrências de chuvas constantes prejudicam as vendas na capital. Lojistas da área central, dos bairros e até mesmo dos shoppings registram quedas nas comercializações, nas primeiras semanas de 2017. Segundo os representantes do setor comercial, fatores climáticos somados à sensação de insegurança, decorrente de assaltos e os chamados ‘arrastões’, resultam na retração do consumidor, que evita ao máximo se deslocar ao comércio.

De acordo com o presidente da assembleia geral e do conselho superior da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Ismael Bicharra, as fortes chuvas que atingiram Manaus nas últimas semanas têm impactado o comércio tanto na região central como nos bairros e nos centros comerciais. Bicharra informa que ainda não há um balanço relacionado à queda nas vendas e que o número será registrado na contabilidade do mês de janeiro. Segundo o empresário, as chuvas sempre vêm acompanhadas pela interrupção no fornecimento de energia elétrica e pela dificuldade de acesso aos sistemas viabilizados por telecomunicações, como é o caso de máquinas utilizadas para cartões de crédito. 

Esses fatores, segundo Bicharra, dificultam as vendas. O empresário comenta que até mesmo no período das festas de final de ano o consumidor enfrenta as chuvas e vai ao centro da cidade para fazer compras. Mas, após a entrada de ano o movimento enfraquece.

Foto: Walter Mendes/JC
“No período de final de ano as pessoas vão ao comércio com ou sem chuva porque buscam produtos para as festividades. Mas, após as comemorações perdem o incentivo de sair de casa se estiver chovendo. Por outro lado, se chover durante todo o dia geralmente há interrupção no fornecimento de energia elétrica e os serviços que têm como base as telecomunicações também são prejudicados. O comércio é prejudicado por não concluir a venda às poucas pessoas que chegam ao comércio”, explica.

Na avaliação do primeiro vice-presidente da  Federação do Comércio  de Bens, Serviços e Turismo do Amazonas (Fecomércio-AM), Aderson Frota, na área central, as lojas mais afetadas durante o período das chuvas são as que estão localizadas no entorno do Mercado Municipal Adolpho Lisboa, onde há ocorrências de alagamentos. Enquanto nos bairros, os comércios mais afetados também são os que estão localizados em áreas vulneráveis às enchentes como por exemplo, Compensa e Japiim. “As ruas próximas ao Mercado Municipal alagam constantemente quando chove e as lojas também são prejudicadas com a enchente. Nos bairros o movimento também é afetado principalmente em locais que são interligados por igarapés onde ocorre a enchente”, disse.

Ocorrências na sexta-feira

A assessoria de comunicação da Defesa Civil de Manaus divulgou o registro de 13 ocorrências decorrentes da chuva que atingiu a cidade durante a manhã e tarde de sexta-feira, 13. O órgão destacou os chamados quanto a três deslizamentos de barranco nos endereços; rua 15 de Janeiro e rua Tiradentes, no bairro Mauazinho, zona Leste, além de outro na rua Presidente Kennedy, na comunidade Parque Mauá, Distrito Industrial. Não houve registro de vítima lesionada. O maior número de registros foi quanto a alagamentos, principalmente na zona Sul da capital, com quatro ocorrências; rua 1, rua Canumã e rua Gualter Batista, no bairro Petrópolis, zona Sul, e ainda na rua 32, do Japiim, também na zona Sul.

A chuva também causou alagamento no Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Professora Safira Barbosa da Silva, localizado na rua Boa Esperança, Crespo, zona Sul de Manaus, que aconteceu devido ao transbordamento do Igarapé do 40.

Equipes da Subsecretaria de Infraestrutura e Logística da Secretaria Municipal de Educação (Semed), da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) e da Defesa Civil estiveram no local e constataram que o incidente não gerou danos a estrutura da escola. Para evitar que o problema volte a acontecer, o Departamento de Engenharia da Semed fará a elevação do nível da calçada do Cmei. 

Já a Seminf está fazendo a limpeza emergencial da área do Igarapé do 40, além do serviço de implantação de 140 metros de drenagem – já em execução – para acabar de vez com a situação dos alagamentos no local. Além dessas, a central de emergência da Defesa Civil recebeu chamados por conta do risco de desabamentos de muros e risco de deslizamento de barranco no bairro Petrópolis.

Os pluviômetros da Defesa C ivil registraram o volume de chuva de 93,2 milímetros na zona Sul, de 43,6 milímetros na zona Norte e de 47,8 milímetros na zona Centro-Oeste.

Quanto ao trânsito, várias avenidas foram  interditadas como as avenidas: Manaus 200, Buriti, e Autaz Mirim. O Manaustrans também foi acionado para auxiliar o trânsito durante manifestações de moradores na avenida Buriti, além de atender a pontos onde os semáforos estavam desligados devido a interrupção no fornecimento de energia elétrica, na avenida Tefé, no Japiim; e na avenida Rodrigo Otávio, em frente a Ufam.
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