Com potencial tanto para a área da construção civil e arquitetura quanto para os cosméticos e artesanato, o bambu é a matéria-prima alternativa e renovável que tem se tornado a aposta do século.
No Acre, o governo do Estado, por meio de instituições científicas e da área da pesquisa, com a parceria de órgãos privados interessados no desenvolvimento dessa cadeia sustentável, vem traçando estratégias para garantir a viabilidade econômica com a utilização da fibra, de modo que se desenvolvam expertises quanto ao estudo de espécies a contemplar todo o ciclo, desde o plantio e manejo até o mercado.
O esforço e investimentos na área se devem ao fato de que o Acre possui uma das maiores florestas nativas de bambu do mundo.
Avanços podem ser registrados, como a Sala de Situação instituída pelo governo em 2015 para dar encaminhamentos a desafios e gargalos pertinentes à utilização do bambu. É presidida pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (Sect) e integrada pelas secretarias de Meio Ambiente (Sema), de Desenvolvimento da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens), Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) e Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac).
Já em 2016, durante a Expoacre, foi lançado o Plano de Desenvolvimento Estadual da Cadeia Produtiva do Bambu, elaborado pelo governo e parceiros, incluindo instituições estaduais e federais.
Os encaminhamentos do plano poderão orientar as ações do Centro Vocacional Tecnológico do Bambu (CVT Bambu), que teve ordem de serviço assinada neste mês.
A obra do centro é parte de convênio entre o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCTI) e governo do Acre, de um total de R$ 2.593.473,29. Deste valor, R$ 200.659,68 estão sendo destinados à construção, que tem prazo de quatro meses para ser executada, na sede da Funtac.
O projeto CVT Bambu tem gestão integrada pelas instituições públicas de tecnologia do Estado e conta com a parceria de órgãos, como a Universidade Federal do Acre (Ufac), Sebrae, Associação de Manejadores de Madeira (Assimanejo) e Instituto Federal do Acre (Ifac).
A intenção é implantar um espaço voltado para a capacitação, qualificação profissional e inserção de grupos ou indivíduos no mercado de trabalho. Nesse sentido, em março deste ano terá início o inventário florestal, que deve quantificar as espécies do bambu em todo o estado.
Segundo a diretora-presidente da Funtac, Silvia Basso, o processo licitatório está sendo finalizado. Neste mês também foi lançado edital que vai contemplar seis pesquisas relacionadas ao bambu, com o valor de até R$ 31.600 para cada proposta aprovada. “Queremos promover a ampliação do conhecimento do bambu em todos os aspectos. Nesse sentido, há um esforço muito grande por parte do governo para que haja a utilização dessa fibra para comercialização, movimentando a economia no estado”, afirma Silvia Basso.