Mesmo sem dados consolidados, o setor da construção civil do Amazonas projeta um crescimento de aproximadamente 5% em 2017 na comparação com o ano anterior. O indicador é bem próximo dos 4,73% referente ao custo para construção no Estado, apontado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A boa expectativa tem como base fatores econômicos que incluem a redução da inflação, da taxa Selic e de juros dos bancos viabilizando maior oferta de crédito.
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Amazonas (Sinduscon-Am), Frank do Carmo Souza, se mantém otimista e estima uma melhora de até 5% no confronto com 2016. “Em 2017 tivemos fatores importantes como redução da inflação, da taxa de juros dos bancos, além da própria reforma trabalhista que impactaram na melhora no período”, avalia.
Segundo o representante, com o aquecimento da construção civil no último ano, a projeção é de que as empresas adequem seus estoques para atender o mercado imobiliário de 2018. “A tendência é termos mais lançamentos até para não faltar produto”, frisa Souza. O Censo Imobiliário de 2017 está previsto para lançamento em fevereiro.
Custo da construção civil
Nesta quarta-feira (10), o Índice Nacional da Construção Civil, divulgado pelo IBGE, apontou que o custo para construção no Amazonas fechou 2017 com alta de 4,73%. O custo médio por metro quadrado no Estado ficou em R$ 1.031,12, o menor da Região Norte, e abaixo da média nacional. A pesquisa registrou ainda que se considerar apenas dezembro, a variação em relação ao mês anterior caiu -0,15%.
Frank do Carmo Souza explica que, quanto maior o indicador anual, mais caro fica o valor final da obra. Segundo ele, a região tem questão logística diferenciada, que tende a encarecer a matéria prima e afetar o preço total da construção, principalmente no interior.
“Além disso, os valores de imóveis do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) são diferentes dos praticados em regiões como Sul e Sudeste e, temos brigado para melhorar e adequar essa questão”, disse o empresário, ao destacar que em março, a capital amazonense recebe um Fórum voltado para o setor da construção civil do Norte e Nordeste.
A pesquisa mostrou também que o custo médio do metro quadrado da construção do Amazonas ficou fixado em R$ 1.031,12, deste montante os custos com materiais de construção foram os que mais pesaram na conta, sendo R$ 563,91 relativos a material e R$ 467,21 à mão de obra.
O custo é o menor da região Norte, onde a média no período foi de R$ 1.065,63/m². Em seguida vem o Pará, com custo de R$ 1.047,55/m² e Amapá com R$ 1.053,70/m². O resultado também ficou abaixo da média nacional, fixado em R$ 1066,68/m². Já desconsiderando a desoneração, o custo médio sobe para R$ 1.102,84, valor com variação de 4,98% no ano de 2017.
A pesquisa registrou ainda que se considerar apenas dezembro, a variação em relação ao mês anterior caiu -0,15%. Na média a região Norte teve a maior queda (-0,05) no último mês de 2017. Já no acumulado do ano, houve crescimento de 2,56% no índice regional.
Na avaliação do supervisor de informações do IBGE/AM, Adjalma Nogueira Jacques, embora no último mês do ano, o índice tenha caído, a evolução do custo da construção durante o ano foi significativa em todo Estado, o que segundo ele, proporcionou um aumento na ordem de 4,73%.
“Parece pouco, mas se comparado a inflação que foi de 2,95% em 2017, o custo da construção foi superior em 1,7 pontos percentuais. Com isso, o Amazonas teve a sétima maior alta entre as Unidades da Federação durante o ano de 2017”, informou Jacques. O ranking nacional é liderado pelo Rio Grande do Norte com 6,04%.
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Cenário Nacional
No país, houve variação de 0,18% em dezembro, ficando 0,30 ponto percentual abaixo da taxa do mês anterior. Em 2017, esta taxa só foi maior que as dos meses de abril (0,15%) e outubro (0,16%). O indicador acumulado no ano foi de 3,82%, abaixo dos 6,64% registrados em 2016.
Já o custo nacional da construção, por metro quadrado, passou de R$ 1.064,76, para R$ 1.066,68 em dezembro, sendo R$ 544,97 relativos aos materiais e R$ 521,71 à mão de obra.