Virada Sustentável chega à sexta edição em Manaus com formato online

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, o festival deste ano terá ampla programação virtual e gratuita.

Maior festival de sustentabilidade da América Latina, a Virada Sustentável Manaus, correalizada pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS), chega à sua sexta edição entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro. Neste ano, a mobilização ocorrerá pela primeira vez em formato online, possibilitando a participação de pessoas de todo o mundo.

A abertura do festival acontece no dia 27 de novembro, no Teatro Amazonas, com capacidade de público reduzida pela metade, em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Nos dias 28 e 29 de novembro, ocorrerão atividades virtuais variadas e gratuitas, como meditação, yoga, contação de histórias, oficinas e apresentações artísticas. O Fórum Virada Sustentável Manaus 2020 encerra a programação, com debates online envolvendo especialistas de diversas áreas, entre os dias 30 de novembro e 3 de dezembro.

“Esta edição é uma oportunidade importante para levarmos para a população iniciativas inspiradoras, de uma forma bem interativa e contemporânea, propondo caminhos e soluções para a construção de um futuro mais sustentável”, destaca a coordenadora da mobilização em Manaus e coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis da FAS, Paula Gabriel.

O festival

A Virada Sustentável é um movimento que tem a proposta de promover uma “virada” de consciência e estimular o engajamento da sociedade para a melhoria da cidade. Começou em 2011, em São Paulo, e se estendeu para outros lugares, como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Salvador, entre outros.

Manaus é a única cidade da Região Norte onde o festival é promovido. Em cinco edições, a iniciativa já alcançou 65,9 mil pessoas, mobilizou mais de 1,8 mil voluntários e realizou mais de mil atividades em aproximadamente 100 pontos da cidade.

Toda a mobilização é baseada nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), envolvendo temas como igualdade de gênero, saúde e bem-estar, consumo e produção responsáveis, educação de qualidade, redução das desigualdades, cidades e comunidades sustentáveis e erradicação da pobreza.

Foto: Divulgação

Novo formato

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, reforçando a importância do cuidado mútuo e o senso de coletividade, a programação da sexta edição foi adaptada ao cenário atual, para garantir a segurança das milhares de pessoas que participam anualmente da mobilização.

O festival terá intervenções visuais em alguns pontos cidade, sem público. O objetivo é levar os pedestres a refletir sobre questões como meio ambiente, consumo consciente, diversidade, saúde e outros aspectos que envolvem a construção de um futuro mais sustentável. Entre essas ações, está a projeção de frases em fachadas de prédios, no Centro de Manaus, executada pelo coletivo Projetemos, a pintura de faixa de pedestres nas cores da bandeira LGBTI+, em frente ao Teatro Amazonas, e uma exposição de mensagens escritas em letras gigantes, no Largo São Sebastião.

A programação também inclui o plantio de 200 mudas de árvores na comunidade indígena Parque das Tribos, no Tarumã; a ação “Vamos falar de política?” com a Embaixada Politize! Manaus; a ação “O Rio e o Lixo”, que será realizada de forma online pelos projetos Remada Ambiental, Grito D’Água e Igarapés Limpos, no Tarumã Açu; e um Clube do Livro com o especialista em história e historiografia da Amazônia, Joaquim Melo, proprietário da Banca do Largo, localizada em frente ao Teatro Amazonas.

No Instagram @viradasustentavelmanaus ocorrerá a maior parte das atividades, onde o público poderá acompanhar gratuitamente apresentações de artistas regionais, contação de histórias, talks sobre temas diversos, oficinas, sessões de yoga e meditação, entre outras iniciativas.

Fórum online

Ainda no ambiente virtual, no canal “Virada Sustentável”, no Youtube, será realizado o Fórum Virada Sustentável Manaus 2020, com a proposta de envolver a articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, grupos independentes, entre outros, para apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população. O evento terá um painel por dia, sempre às 10h de Manaus e 11h de Brasília, e interações com vídeos educativos que serão divulgados antes, durante e depois da programação.

Abrindo os debates, no dia 30 de novembro acontece o Painel Amazônia, com a participação do superintendente geral da FAS, Virgilio Viana, que mediará o encontro, além do líder indígena, ambientalista e escritor, Ailton Krenak, a pesquisadora sênior do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Rita Mesquita, e a quilombola e militante do Centro de Estudos e Defesa do Negro (Cedenpa) da Rede Fulanas, Maria Luiza.

O segundo dia terá o Painel Diversidade, reunindo a diretora de impacto na consultoria Think Eva e na ONG Think Olga, Maíra Liguori, o ativista LGBT+, comunicador social e homem transgênero, João Hugo, a enfermeira indígena da etnia Witoto, Vanda Ortega Witoto, e o especialista em Sexualidade, Gênero e Direitos Humanos e homem trans, Thiago Costa.

O tema Periferias e Mobilizações em Tempos de Pandemia será debatido no terceiro dia, pelo rapper, articulador cultural e ativista do cenário Hip Hop, Jander Manauara, a indígena do povo Sateré Mawé e ativista ambiental do Fridays For Future Brasil, Samela Sateré Mawé, a superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS, Valcléia Solidade, e o presidente do bairro Redenção e da Cufamanaus, Wanildo de Lima Bezerra.

Encerrando a programação, o Painel Cidades dos Sonhos discutirá uma cidade possível, sustentável e com políticas públicas que pensem no futuro, junto com a coordenadora do Programa Cidades Sustentáveis da FAS, Paula Gabriel, a curadora do Global Shapers Hub São Paulo, Kamila Camilo, o coordenador da associação ciclística Pedala Manaus, Paulo Aguiar, e a jornalista atuante na área de mobilização social e comunicação para políticas públicas, Mariana Belmont.

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