Barcelos tem a maior cachoeira do Brasil

Quem já viu de perto diz que é inenarrável. No coração da floresta amazônica uma queda d’água de 353 metros assusta.

 
Quem já viu de perto diz que é inenarrável. No coração da floresta amazônica uma queda d’água de 353 metros assusta. Ela é a maior do Brasil. Chama-se Cachoeira do El Dourado e está localizada em Barcelos, município do Amazonas. Como uma recompensa, pois é difícil chegar até ela, o que se vê ao final do percurso é um verdadeiro presente da natureza.

A cachoeira fica dentro do Parque Estadual da Serra do Acará, que tem 1.818.700 hectares, mais especificamente na Serra do Acará, a 200 quilômetros do município de Barcelos ou a 534 quilômetros de Manaus. A formação está no planalto das Guianas ao Norte do Amazonas, uma região remota e pouco habitada. A fauna é típica de regiões de montanha, existe até o registro de espécies andinas no local.
As águas escuras do igarapé preto que descem o Monte Tantalita mostram logo que cachoeira está na bacia do Rio Negro. A queda d’água forma outras cachoeiras menores ao redor, com cerca de 200 metros. 
 

Foto: Reprodução / Wikiaves
O acesso à queda d’água é feito pela parte de cima da cachoeira. A parte debaixo, onde a água cai, é inexplorada. Quem já foi, diz que ficou maravilhado. O paulista Kleber Bechara sempre quis trabalhar com turismo. Em Novo Airão, ele encontrou o lugar ideal. “Aqui é perfeito”, afirma. A cidade agradou tanto, que ele fundou a sua empresa, a Expedição Katerre, e está radicado por lá há 14 anos.

“A procura por esse tipo de turismo é bem específica. O perfil é de gente de espírito aventureiro e que tem dinheiro para pagar a aventura, pois é cara”, avalia Kleber.

É dessa cidade de 17.671 habitantes, a 115 quilômetros de Manaus, que parte um dos roteiros turísticos que levam os curiosos de espírito aventureiro até Barcelos. “A Cachoeira do Aracá é um lugar único e com uma amplitude de visão grandiosa. Passa uma sensação única de conquista e de imersão na natureza”, avalia Bechara com a experiência de quem já esteve lá 11 vezes e tem uma empresa que leva grupos turísticos até o local.

“O acesso é bem difícil e só é acessível durante uma parte do ano, quando o Rio Negro está navegável. São 700 quilômetros de barco grande a partir de Novo Airão, mais 70 quilômetros de voadeira e 12 mais quilômetros de caminhada. Ao todo, somando as paradas e os acampamentos, a expedição tem 12 dias. E envolve uma logística complicada”, conta Kleber.

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