Ocupa CCVM: Mostra de Cinema Moventes promove roda de conversa com diretores indígenas

“O corpo no cinema brasileiro contemporâneo” é o tema da mostra que compõe a programação online do Centro Cultural Vale Maranhão. Saiba como participar

A Mostra de Cinema Moventes receberá, nesta quarta-feira, 17, às 19h, a primeira roda de conversa com profissionais do audiovisual, para debater sobre as produções exibidas na sessão. O debate terá a participação dos diretores indígenas Graciela Guarani e Alberto Álvares, com transmissão pela Plataforma Zoom e pelo canal do CCVM no YouTube.

Graciela Guarani é produtora cultural, comunicadora, cineasta, curadora de cinema e formadora em audiovisual da Nação Guarani Kaiowá (MS). Uma das indígenas pioneiras em produções originais audiovisuais no Brasil, possui 8 curtas-metragens no currículo e foi convidada como debatedora da mesa-redonda Mulheres na Mídia e no Cinema no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim.

Alberto Álvares é fotógrafo e cineasta indígena da etnia Guarani Nhandeva (MS). Também é professor e tradutor de Guarani. Graduado em licenciatura intercultural para educadores indígenas, pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, e, atualmente, mestrando em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal Fluminense – UFF.

Os interessados em participar da roda de conversa devem enviar nome completo e telefone para contato@ccv-ma.org.br. A transmissão acontecerá pela Plataforma Zoom e pelo canal do CCVM no YouTube. Inscrições gratuitas.

Foto: Reprodução / CCVM

Ainda na quarta-feira, a mostra do projeto Ocupa CCVM – Cinema exibe uma apresentação do espetáculo Quilombo Frechal – Concerto de Músicas Autorais, às 21h

O concerto apresenta músicas afro-brasileiras, interpretadas pelo cantor e compositor Adalberto Conceição da Silva (Mestre Zumbi Bahia), que contam a história da comunidade quilombola de Frechal, localizada no município de Mirinzal. No repertório, canções do CD Ritmos nos Quilombos (1998), entre outras composições que versam sobre resistência e fortalecimento da cultura de comunidades negras maranhenses.

Mestre Zumbi Bahia, além de cantor e compositor, é coreógrafo, percussionista, professor, pedagogo e Mestre em Ciências da Educação. Iniciou a carreira artística no grupo Filhos de Obá, em Salvador (BA) e, desde 1994, no Maranhão, atua como Coordenador Pedagógico do lnstituto Officina Affro. Em 2010, recebeu o prêmio Patrimônio Cultural Imaterial Vivo, conferido pelo IPHAN, pela implantação e atividades de preservação da Capoeira na Paraíba e em Pernambuco. Assista AQUI.

Ocupa CCVM Cinema – Mostra de Cinema Moventes

A Mostra de Cinema Moventes é a atividade de estreia do projeto Ocupa CCVM Cinema, no dia 12 de fevereiro. Com seis sessões online, a mostra é uma extensão da Revista Moventes, publicação técnico-científica, independente e online, criada por egressos do PPGCOM da Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ), com o objetivo de construir pontes entre crítica cinematográfica, academia, realizadores e público.

“O corpo no cinema brasileiro contemporâneo” é a temática dos curtas e longas-metragens selecionados, que abordam assuntos como sobrevivências, maternidade, violências e a relação com o espaço urbano. Tem curadoria de Isabel Veiga, Vitor Medeiros, Gabriela Giffoni e Flávia Cândida; e produção de Ana Sanz.

Na primeira sessão, ancestralidade e resistência indígena na tela com o documentário “Ka’a zar Ukyze Wà – Os Donos da Floresta em Perigo”, de Flay Guajajara, Erisvan Guajajara e Edivan Guajajara (MA). Neste filme, os Guajajara da terra indígena Araribóia (MA) – uma das mais ameaçadas da Amazônia – alertam para a necessidade de proteger as florestas e seus parentes Awá Guajá, um dos últimos povos caçadores do mundo, que dependem essencialmente da floresta.

“O verbo se fez carne”, de Ziel Karapotó (PE) também abriu a mostra. No filme, o diretor performa, de forma ritualística, o entendimento da língua como um recurso de exploração e violência. Com isto, esboça possibilidades de resposta para a pergunta: que traumas carregam culturas e corpos colonizados?

Outro trabalho que integrou a primeira sessão foi o documentário “YÃMĨYHEX: As Mulheres-Espírito, de Isael Maxakali e Sueli Maxakali (MG). As mulheres-espírito – visitam Aldeia Verde (MG), com periodicidade. Após meses de estadia, a hora de partir é acompanhada por um longo ritual, filmado por uma câmera que também brinca o festejo de despedida. Vencedor da Mostra Olhos Livres em Tiradentes, o filme é o resultado mais recente da trajetória dos cineastas Sueli e Isael Maxakali, em seu projeto de continuidade e compartilhamento da cultura indígena através do cinema.

Elekô, do coletivo Mulheres de Pedra (RJ), será exibido na segunda sessão da mostra. Foto: Divulgação/ CCVM

Próxima Sessão: Sessão 2 – 19 de fevereiro, às 19h.

A segunda sessão da Mostra de Cinema Moventes traz filmes que produzem experiências de ocupação da cidade, onde a dança aparece para criar encontros com o passado colonial e, ao mesmo tempo, produzir paisagens de resistência.

Programação:

  • Sobre aquilo que nos diz respeito, de Cris Miranda (RJ) | 2016 | 9min | EXP
  • Elekô, do coletivo Mulheres de Pedra (RJ) | 2015 | 7min | EXP
  • Esse amor que nos consome, de Allan Ribeiro (RJ) | 2014 | 80min | DOC/FIC
  • Assista em: https://www.youtube.com/centroculturalvalemaranhao 

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